Novo ano, novas metas… Mesmas dívidas? Grande parte dos brasileiros sofre com essa última parte, visto que o início do ano acumula muitos gastos. Dentre os mais comuns estão: o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), taxas de mensalidade e matrícula, gastos com material escolar e fatura de cartão de crédito com as compras do fim do ano.
Para os especialistas, a principal medida para evitar dívidas é registrar as despesas diárias, e assim, organizar o orçamento — essa prática também é útil para as pessoas que já estão endividadas. Quer sair do vermelho e começar o ano com o pé direito? Confira as principais dicas para melhorar sua situação financeira, a seguir.
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Passo 1: Diagnóstico da sua saúde financeira
Para começar, é preciso entender o seu perfil de consumo e diagnosticar a real situação financeira. Em entrevista para o G1, o presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (Abefin), Reinaldo Domingos, separou o perfil do consumidor em quatro: investidor, equilibrado, endividado e superendividado.
- Investidor: pessoas que já têm um domínio de sua vida financeira e já conseguem guardar e até investir recursos;
- Equilibrado: pessoas que não possuem problemas financeiros sérios, com dívidas sob controle e contas em dia, mas que ainda não conseguem guardar recursos suficientes para investir;
- Endividado: pessoas que possuem dívidas em andamento e não conseguem ter sobras de dinheiro no final do mês;
- Superendividado: aqueles que já deixaram de honrar seus compromissos, possivelmente com o “nome sujo”.
Ao identificar em qual perfil você se encaixa, a próxima etapa é iniciar o planejamento financeiro para os próximos meses. Entenda;
Passo 2: Listar receitas e despesas
O planejamento financeiro consiste no registro de receitas e despesas, incluindo as sazonais — como o IPTU, IPVA, aniversários e datas comemorativas. Para Domingos, o orçamento é a chave para saber o que vai acontecer com antecedência e se preparar de maneira eficiente.
Investidores e equilibrados
Segundo o presidente da Abefin, as pessoas com perfil de investidores devem entender e planejar os gastos dos próximos meses e, quem sabe, até anos. Já os equilibrados devem focar em reorganizar as contas para conseguir uma sobra mais significante no final do mês.
“Muita gente vive no limite e, nesse caso, é preciso sair um pouco da zona de conforto. Essa pessoa vai precisar fazer uma lição de casa, com uma boa faxina financeira nos seus gastos mensais e nos seus hábitos de consumo, para que ela consiga manter uma reserva e evite que algum imprevisto a torne inadimplente”, afirma Domingos.
Endividados
Sobre os endividados, o especialista diz que é preciso descobrir os tipos de dívidas que a pessoal tem para assim diagnosticar se elas são saudáveis ou prejudiciais. Durante o processo, o consumidor ainda deverá entender quanto de seu orçamento já está comprometido.
Para Reinaldo, não é o percentual do orçamento comprometido que importa, mas o grau de endividamento: ele é quem vai determinar as mudanças que precisam ser adotadas para evitar o calote. E mesmo assim, em algum momento, pode ser necessário assumir uma dívida em aberto até que tenha recursos para uma renegociação.
Superendividados
Por fim, os superendividados devem focar em organizar todos os compromissos, tanto os que já estão vencidos quanto os ainda em aberto. É preciso estabelecer o seu orçamento na ponta do lápis e ter conhecimento da situação no geral, visando entender a capacidade de pagamento disponível.
“Quando essa pessoa consegue guardar algum dinheiro, ela tem massa para chegar no credor e tentar negociar um pagamento para uma parcela que seja menor, caiba no orçamento e que ela consiga pagar. É uma economia de guerra, e muitas dessas coisas passam por uma mudança de comportamento”, é o que diz Angela Nunes, planejadora financeira da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar).
Passo 3: Traçar objetivos e trabalhar o autocontrole
Segundo os especialistas, muitas pessoas não conseguem manter um planejamento financeiro, pois sempre aparece uma dívida nova. Nestes casos, estabelecer metas pode evitar que o consumidor gaste mais do que o necessário ou o previsto. Nunes aponta que, para prevenir compras por impulso, é válido sempre pesquisar o preço das coisas com antecedência e refletir se o gasto é realmente necessário.
A especialista ainda cita uma maneira efetiva de colocar os gastos em perspectiva. Segundo ela, basta calcular quantas horas de trabalho serão necessárias para pagar aquela conta. Isso vale para compras que você quer realizar e para os gastos que já tem, visto que por vezes destinamos dinheiro para itens que já não são tão necessários assim.
“É preciso se conhecer e, se não há esse autocontrole, não se exponha à tentação”, afirma a planejadora financeira da Planejar.
Por fim, os especialistas reforçam a importância de trabalhar a criatividade na resolução das questões e conversar sobre elas. Gustavo Cerbasi, especialista em inteligência financeira e sócio da SuperRico Projetos de Vida, diz:
“Não é vergonha nem humilhação dizer que está com dificuldade financeira quando quatro em cada cinco pessoas passam por isso. É preciso falar sobre dinheiro para que soluções criativas e interessantes sejam encontradas”, finaliza Cerbasi.
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