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Últimos dias sem taxação geram corrida por compras internacionais

Sancionada, a lei que estabelece taxação de 20% a compras internacionais de até US$ 50 entrará em vigor no dia 1º de agosto

Para garantir produtos do exterior sem a taxação recém-aprovada de 20% para compras internacionais de até US$ 50, a chamada “taxa das blusinhas”, muita gente têm feito uma verdadeira corrida contra o tempo nos aplicativos internacionais de e-commerce. Segundo a Receita Federal, essa taxação entra em vigor no dia 1º de agosto, mas é preciso ter atenção a uma série de fatores antes de fazer compras às pressas.

O primeiro ponto a se considerar é se essas compras são realmente necessárias, pois a compra por impulso pode gerar endividamento. Outro ponto é que sejam feitas o quanto antes, visto que a logística internacional costuma ser mais demorada que a nacional e a alta demanda pode deixar o processo ainda mais lento, o que faz com que haja risco de taxação mesmo se a compra for feita com dias de antecedência, pois o processamento até que a compra passe pela alfândega pode ser mais demorado.

Os Correios foram procurados pelo JJ para informar se há alteração de demanda e sobrecarga no sistema de entregas após a sanção da “taxa das blusinhas”. Em nota, informou que, por se tratar de um mercado concorrencial, dados como o fluxo de objetos são sensíveis e, portanto, não são divulgados pelos Correios.

Garantindo

Tendo isso em mente, a bancária, Mara Aparecida de Andrade pretende usar pela primeira vez os aplicativos Shein e Temu. “Vou fazer a compra esta semana, pode ser que alguns produtos cheguem antes, outros, não tem como garantir, vou contar com a sorte. O que não for taxado, estarei no lucro. Pretendo comprar roupas para mim e para a minha filha na Shein e utilidades domésticas na Temu”, conta.

Para ela, a taxação é ruim na realidade do consumo brasileiro. “Tenho amigos que já usaram esses aplicativos e sou contra a taxação, acho que como a maioria que usa esses aplicativos. Isso tira do brasileiro a opção de conseguir produtos de qualidade por um preço bom. Uma camisa social feminina, por exemplo, que uso no dia a dia, custa R$ 200, R$ 220 em lojas de marcas nacionais em um shopping. Pela Shein, uma camisa do mesmo tipo é R$ 50, R$ 70. Estão cerceando uma oportunidade de conseguirmos produtos de qualidade pagando menos”, opina.

Mara já fez compras internacionais através de plataformas como Shopee e Lojas Americanas. Até mesmo com intermediários nos EUA, para produtos estadunidenses. Quando soube da taxação há alguns meses, planejou a compra atual. “Já planejo essa compra de roupa há alguns meses. Tanto que os itens já estão na minha sacola do aplicativo, já vi os preços, preciso só rever questões como tamanhos e qualidade dos tecidos para fechar a compra. O valor que pretendo gastar está planejado há uns dois meses. Quando o projeto de lei começou a ser discutido, já vi esses produtos, mas não tive tempo mesmo de olhar os detalhes antes de efetuar a compra”, detalha.

Racionalizar

Educadora financeira, Cintia Senna diz que é fundamental não comprar produtos internacionais por impulso agora. “Infelizmente, pode ser que muitas pessoas que não iam comprar acabem comprando e pode acontecer o aumento do endividamento, por esse gasto não ser planejado. É importante comprar o que já se planejava. Se vou fazer uma compra que não planejava, pode sair caro, em função de uma ideia de economia no pagamento de impostos. É importante não ir no impulso.”

Para ela, essa isenção do imposto com data de validade é um chamariz, similar ao que acontece com os descontos da Black Friday, por exemplo, mas é necessário ter atenção também a outros pontos. “A gente olha o valor, que parece convidativo, mas, quando faz a conversão, com o dólar mais alto agora, pesa. Se a pessoa faz várias compras menores, também pode ter um valor representativo no final.”

A atenção a prazos e políticas de devolução das plataformas, caso o produto não passe a tempo pela Receita e seja taxado, é outro ponto a se observar. “Acho que as plataformas vão atualizar o prazo para essas importações, para o consumidor saber o dia limite para fazer essa compra sem ser taxado. Antes da aquisição, a pessoa tem que ver se já tem essa informação, para se programar. Se faz a compra, tem que ter uma avaliação de custo-benefício e saber as políticas de devolução do produto e ressarcimento, inclusive do ICMS já pago”, alerta.

Cíntia lembra que muitos dos produtos encontrados em plataformas internacionais de e-commerce também são vendidos no Brasil, por importadores. “Importadores conseguem muitas vezes um preço bom, porque compram em quantidade, então é sempre bom ver se o preço nessas plataformas é menor ou maior do que nas empresas que fazem a importação e já têm esse produto no Brasil.”

Fonte: GCN/Sampi

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