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Pouco mais de 43% da população adulta do AC está inadimplente, diz Serasa

Índice apontou leve redução entre fevereiro e março, e deixa o estado na 14ª colocação no ranking de estados com mais inadimplentes. Número também é próximo da média nacional. Estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que quase 100 mil famílias do estado têm dívidas.

O Acre tem pouco mais de 43% da população adulta inadimplente, segundo um monitoramento feito pela Serasa no mês de março. Naquele mês, o Mapa da Inadimplência apontou que houve leve redução em relação a fevereiro, saindo de 43,67% para 43,66%.

O índice deixa o estado na 14ª colocação no ranking dos estados com mais inadimplentes, ou seja, pessoas que deixam de honrar algum compromisso financeiro assumido ao longo de um período de tempo. Na região norte, o Acre é o sexto colocado na lista encabeçada pelo estado do Amapá, que tem 52,24% da população adulta inadimplente.

De acordo com a Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (Abefin), uma pessoa está inadimplente é quando não cumpre obrigações financeiras no vencimento acordado, ou seja, está em atraso com seus pagamentos. Já o endividado é aquele que assume compromissos financeiros de curto, médio ou longo prazo. Por exemplo, empréstimos, financiamentos, parcelamentos ou até mesmo despesas mensais, como contas de energia elétrica, água, telefone pós-pago, entre outros.

Levantamento da Serasa considera situação do mês de março — Foto: Reprodução

Em âmbito nacional, o Acre ficou próximo à média do país, que foi de 44,3% da população adulta inadimplente em março. Ainda de acordo com o estudo, 50,4% da população inadimplente é composta por mulheres. A faixa etária com maior taxa de atraso ou descumprimento de pagamento é entre 41 e 60 anos, com 35,1%.

A maior parte da inadimplência no Brasil é atribuída a cartões de crédito (29,34%), seguida por contas básicas como água, energia elétrica e gás (22,9%), instituições financeiras (17%) e serviços (11%).

Situação na capital

Um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) publicado em março deste ano mostrou que cerca de 78% das famílias do Acre têm dívidas, índice acima da média nacional, que é de 28% de famílias endividadas. O número, de acordo com a pesquisa, representa 98.460 famílias com dívidas.

Além disso, de acordo com a Federação do Comércio do Acre (Fecomércio-AC), pouco mais de 11% das famílias afirma não ter como organizar as contas.

O assessor da presidência da Fecomércio, Egídio Garó, ressalta que o índice de famílias endividadas no estado apresentou uma pequena redução na comparação com novembro de 2023, saindo de 78,5% para os 78%, atingidos em fevereiro deste ano. Porém, entre fevereiro de 2023 e o mesmo mês em 2024, houve aumento no número de famílias com contas em atraso.

“O nível de endividamento, contudo, vem reduzindo desde novembro do ano passado, com um indicador de 78% contra os 78,5% observados naquela ocasião. Por outro lado, o número de famílias acreanas com contas em atraso saiu de 13,9% em fevereiro de 2023 para 25,7% em fevereiro deste ano, principalmente em famílias com renda mensal de até 10 salários-mínimos”, afirmou Garó.

Em âmbito nacional, a taxa de famílias endividadas teve 0,2%. No país, 11,9% das famílias endividadas afirmam não terem condições de organizar suas dívidas. Em setembro, o percentual era de 13%. A média de comprometimento da renda dos endividados se manteve na faixa de 30%.

Ainda de acordo com a Fecomércio-AC, a maior parte das famílias que não conseguem organizar os débitos tem renda de até 10 salários-mínimos.

“Tais dados devem aumentar nos próximos meses por conta do flagelo dos alagamentos ocorridos em todo o Estado, notadamente em Rio Branco, capital, por conta dos prejuízos gerados”, finalizou.

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