Especialista dá dicas de planejamento financeiro e organização de nova matrícula
Com o fim do ano e a proximidade do término do período letivo, muitos pais já começam a se preocupar com a organização da nova matrícula, e os custos que envolvem a educação dos filhos para o próximo período.
No entanto, com um bom planejamento financeiro e estratégias de negociação, é possível garantir não apenas o melhor custo-benefício, mas também evitar surpresas desagradáveis no orçamento familiar.
Especialistas em finanças recomendam antecipar a matrícula e buscar as melhores condições possíveis junto às instituições de ensino.
O período ideal para os pais começarem a buscar matrículas ou rematrículas, de acordo com Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), é logo após o recebimento dos avisos das escolas.
Iniciar esse processo cedo pode garantir vantagens importantes, como a possibilidade de obter descontos, além de permitir uma melhor organização do orçamento familiar.
“Ao abordar a escola cedo, os pais aumentam as chances de conseguir um desconto, especialmente em um período em que as escolas estão interessadas em garantir a permanência dos alunos”, afirma Domingos, destacando que essa antecipação facilita a negociação e permite que os pais se programem para enfrentar os custos de forma mais tranquila.
Liz Midlej, administradora e educadora financeira, reforça a importância desse planejamento prévio, sugerindo que os pais comecem a se preparar entre os meses de junho e agosto.
Esse período é ideal para que as famílias possam avaliar diferentes escolas e condições, negociando com mais calma.
“Se programar antes do período das matrículas começarem é uma forma de ganhar tempo para avaliar outras opções e negociar com a escola atual”, comenta Liz.
Ela acrescenta também que essa antecipação evita o estresse de lidar com matrículas de última hora, quando as alternativas podem ser mais limitadas, para aqueles que estão matriculando os filhos pela primeira vez.
Átila Ribeiro conta que planeja as despesas escolares do filho Miguel, de 4 anos, desde o início do ano, separando pequenos valores mensalmente para cobrir gastos com passeios e eventos escolares.
Na hora da escolha da escola, valorize as referências. “Pessoas que já passaram pela escola e os próprios donos que colocam seus filhos nela são fatores que passam muita credibilidade. Hoje, moramos no Costa Azul, e uma das nossas escolhas de morar no bairro foi descobrir as escolas que possui e o preço em relação a outros bairros”.
Quando se trata de negociar valores e descontos com as escolas, a postura dos pais pode ser decisiva. Reinaldo Domingos aconselha que a transparência e uma comunicação clara sobre a situação financeira da família são essenciais para obter um bom acordo.
“Ser honesto sobre as condições financeiras pode abrir portas para uma negociação mais satisfatória. Muitas vezes, as escolas estão dispostas a oferecer descontos para pagamentos antecipados ou à vista, o que pode aliviar o peso das mensalidades”, comenta o presidente da Abefin.
Ele também enfatiza a importância de apresentar a possibilidade de pagamento adiantado como uma vantagem para a escola, já que isso oferece uma receita imediata, algo valorizado pelas instituições.
Liz Midlej reforça que uma preparação inadequada pode enfraquecer a negociação. “Um erro comum é não se preparar, o que pode reduzir o poder de barganha dos pais. É importante ter uma estratégia clara e saber exatamente quanto se pode gastar com a educação dos filhos.
Negociações eficazes exigem diplomacia. Manter uma conversa respeitosa e colaborativa com a escola aumenta as chances de obter condições mais favoráveis”.
Dificuldades
Com um planejamento adequado, organização e negociação, é possível manter as finanças em ordem e garantir uma educação de qualidade para os filhos, sem que isso represente um valor insustentável para o orçamento familiar.
Para as famílias que enfrentam dificuldades financeiras, o consultor financeiro Edinaldo Correia recomenda um diagnóstico detalhado do orçamento.
“O primeiro passo é identificar gastos desnecessários e tentar reduzi-los. Se ainda assim não for suficiente, é preciso pensar em aumentar a renda com trabalhos paralelos”, destaca o consultor.
Correia também sugere que os pais avaliem cuidadosamente as alternativas que a escola oferece, como parcelamento das mensalidades sem juros ou programas de bolsas de estudo. “Essas opções podem ser grandes aliadas na organização financeira da família.”
Reinaldo Domingos, por sua vez, reforça a necessidade de um acompanhamento constante das finanças para evitar inadimplência. “As famílias devem monitorar de perto suas despesas e garantir que os gastos com educação não ultrapassem 20% da renda familiar”, orienta.
Domingos destaca que a margem de segurança é fundamental para que imprevistos, como despesas médicas ou emergenciais, não desestabilizem o orçamento. Ainda segundo ele, esse controle evita que os pais assumam compromissos que não poderão cumprir, prevenindo dívidas e possíveis constrangimentos com a escola.