Muitas famílias se perguntam como lidar com o reajuste da mensalidade e a compra do material escolar para o próximo ano letivo dos filhos, principalmente depois da crise vivida nos últimos anos. Reinaldo Domingos, presidente a Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira, orienta que esses gastos precisam de tratamentos diferenciados, sendo que não devem ser considerados despesas, e sim investimentos para o futuro.
“Mesmo que altos, esses valores devem ser priorizados no orçamento. A família pode diminuir ou cortar outras despesas, menos importantes e muitas vezes supérfluas, para garantir a continuidade dos estudos de qualidade”, diz. Veja orientações para se organizar:
1- Faça um diagnóstico financeiro
É importante que a família faça um diagnóstico financeiro para saber em qual situação se encontram. Se for de endividamento ou inadimplência, é hora de rever todos os gastos para priorizar a continuidade dos filhos na escola.
2- Reduza gastos
Com o diagnóstico financeiro em mãos, veja quais gastos pode reduzir ou eliminar para priorizar o pagamento da mensalidade escolar e a compra do material sem comprometer as finanças da família. O diagnóstico financeiro irá gerar consciência de seu estilo de vida e padrão de consumo, para que possa mudar o comportamento e cortar gastos desnecessários.
3- Saiba o quanto irá pagar
Conheça o valor mensal exato a ser pago no próximo ano. Assim pode traçar um planejamento financeiro para 2021, considerando o valor reajustado da matrícula. Neste planejamento, é importante considerar também as despesas intrínsecas à rotina escolar, como lanche, transporte, eventuais passeios, etc.
Em relação ao material escolar, é válido fazer pesquisas de orçamento desde já. Envie a lista para pelo menos três estabelecimentos diferentes, negocie o pagamento e opte pelo que oferece melhores preços e condições de pagamento.
4- Não tenha medo de negociar
Se preciso, é recomendável marcar uma reunião com o diretor, explicando a situação para negociar o aumento na matrícula. Pode ser que consiga uma bolsa, um desconto, mesmo que temporário, a isenção da matrícula ou mesmo uma condição especial para pagar as mensalidades. Tudo para garantir um estudo de qualidade às crianças.
Considere também os diferenciais que a escola oferece para a educação de seus filhos, como por exemplo a educação financeira em sala de aula. Este tem sido considerado o melhor caminho para que esta nova geração tenha um comportamento sustentável em relação às finanças, sendo menos endividada e inadimplente.
5- Compre com planejamento
Antes ir às compras, a família pode analisar itens do ano passado e selecionar tudo o que pode ser usado novamente este ano, como tesoura, régua e mochila, por exemplo. Algo interessante é reunir alguns pais e comprar itens em atacado, como caixas de lápis, cadernos e agendas.
No dia das compras, converse com o(s) filho(s) sobre o orçamento, para que não corram o risco de se deixar levar pelo impulso e gastar mais do que o planejado. Lembre-se que não é preciso comprar todos os itens na mesma loja, mas se for fazer dessa forma, peça um bom desconto.
Reinaldo Domingos está à frente do primeiro streaming de educação financeira do país, o DFlix. É PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira. Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.