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Tesouro Direto: títulos começam o ano em terreno negativo e já apontam os desafios de 2025

O campeão de recomendações dos analistas segue sendo o Tesouro IPCA+ de médio prazo, como os com vencimento em 2029 e 2035

No primeiro mês do ano, os títulos do Tesouro Direto já mostraram para o que vieram. A maioria dos títulos encerrou janeiro no negativo, reflexo das disparadas históricas das taxas. O papel atrelado à inflação com vencimento em 2029 chegou a pagar IPCA mais 7,91%, se aproximando novamente dos 8%. Oportunidade das boas para novos investidores; desespero para quem pensava em vender antes do vencimento.

O campeão de recomendações dos analistas segue sendo o Tesouro IPCA+ de médio prazo, como os com vencimento em 2029 e 2035. A justificativa, em sua maioria é que, dado o cenário, mais importante do que aproveitar as taxas altíssimas, o investidor precisa pensar em proteger a carteira contra o aumento dos preços, sobretudo porque não se sabe o que vem por aí.

Os títulos prefixados também tem boas oportunidades, o papel de curto prazo rompeu a barreira dos 15%, mas segue a cautela quanto ao volume, já que a previsão é de mais juros pela frente, há quem já fale em Selic em 15% no fim deste ano.

Além de lidar com os temores fiscais e monetários do Brasil, os papéis ainda sofreram algumas suspensões no mês, o que só mostra o quanto o mercado foi volátil no período.

O destaque de janeiro foi a primeiro reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que elevou a taxa Selic de 12,25% ao ano para 13,25% ao ano. Com um aumento de um ponto percentual mais uma vez.

O Banco Central vem adotando esses aumento maiores como forma de combater a inflação. Além disso, há previsão de que a Selic chegue a 14,25% ainda em 2025, o que promete continuar impactando a economia brasileira.

A alta da Selic pode ser uma boa notícia porque torna mais rentáveis as aplicações de renda fixa que são atreladas à taxa.

“Lembro sempre que a escolha de investimentos deve ser feita de acordo com o prazo e os objetivos do investidor: curto (até um ano), médio (de um a dez anos) ou longo prazo (acima de dez anos). Para investimentos de curto prazo, por exemplo, essas opções podem ser interessantes. Vale lembrar que a tendência dos juros será de alta nos próximos meses e, no médio prazo, a Selic pode chegar a 10%.”, diz o especialista em educação financeira, Reinaldo Domingos.

Todo esse clima fez com que as taxas pagassem ainda mais. Matemática que significa menos rentabilidade, já que as taxas e preços dos títulos são inversamente proporcionais.

O que significa dizer que, tanto nos papéis prefixados quanto naqueles indexados ao IPCA, quanto maior a taxa, menor o preço e vice-versa. Quando as taxas sobem, portanto, apesar de ser uma boa notícia para quem vai investir — já que assegura rentabilidade maior se mantiver a aplicação até o vencimento, o valor de mercado dos papéis diminui, o que implica em perda temporária para quem possui os títulos na carteira.

Números de janeiro

O destaque entre as quedas ficou com o título atrelado à inflação, em especial os de longo prazo. O título com vencimento em 2045 amargou queda de 8,91% da rentabilidade.

Entre os prefixados, o papel com vencimento em 2031 amargou quase 1% de queda na rentabilidade. O papel com vencimento mais curto, em 2027, subiu 1,86% no mesmo período.

Vale destacar que os títulos públicos atrelados à inflação têm sido os queridinhos dos investidores há alguns meses. Segundo os analistas, além das taxas atrativas, o investimento é uma excelente estratégia para proteger a carteira contra o aumento dos preços.

Desempenho do Tesouro Direto

No mês de janeiro – em %

Os analistas lembram sempre que, se possível, o investidor deve levar o investimento até o vencimento, para fugir dos efeitos negativos da marcação a mercado. A volatilidade do mercado de títulos públicos só atinge os investidores que resgatam os investimentos antes do fim do prazo “combinado” com o governo. Se levar o título até o seu vencimento, o retorno acordado na hora da compra está garantido.

Qual papel comprar?

Para a estrategista-chefe do banco Inter, Gabriela Jouberta escalada dos retornos nos títulos públicos é oportunidade para novos investidores.

“De qualquer maneira, enquanto tivermos esses prêmios nestes patamares, sem dúvidas é oportunidade para quem pode investir. Alocar parte da carteira em títulos que vão remunerar inflação mais retornos de mais de 7%, ou até mesmo aproveitar títulos prefixados pode ser uma forma de garantir retornos bons sem grandes riscos. Mesmo o Tesouro Selic, que é bem mais conservador, não pode ser ignorado no patamar atual de juros”.

O Tesouro Prefixado com vencimento em janeiro de 2027 é uma posição estratégica para os investidores, já que tem oferecido uma rentabilidade acima de 13%, e não é tão alongado. “O ideal é combinar os dois tipos de modalidade, porque à medida que a inflação projetada pelo mercado sobe, os prefixados passam a ganhar atratividade”.

Fonte: Valor Investe

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