Os investimentos de longo prazo têm despertado cada vez mais o interesse dos brasileiros. De acordo com as informações do mercado, os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs), os planos de previdência privada, os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) estão entre as opções que mais atraem os investidores.
Levantamento feito pela Bolsa de Valores (B3) apontou que o número de pessoas que investem em FIIs no Brasil ultrapassou a marca de dois milhões, em janeiro de 2023. Segundo as informações mais recentes divulgadas pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), aproximadamente, 11 milhões de brasileiros possuem um plano de previdência privada.
Já os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram o crescimento de 76% do volume investido em LCA ao longo de 2022, na comparação com 2021, e de 25,5% em CDBs no mesmo período. Os valores chegaram a R$ 317,6 bilhões e R$ 715,9 bilhões, respectivamente.
Apesar de possuírem características específicas, os produtos financeiros citados mantêm similaridades. A principal delas é possibilitar a criação de uma reserva financeira para a realização de sonhos materiais no futuro.
Planejar a aposentadoria, viajar para o exterior, pagar a faculdade dos filhos, preparar a festa de casamento, comprar um carro ou imóvel. Não importa qual é o tipo de sonho, o investimento de longo prazo pode ajudar a realizá-lo, mas, para isso, o investidor deve ter paciência e disciplina, como alerta a Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (Abefin).
Saiba como escolher o melhor investimento
Investimento de longo prazo é aquele que possui uma data de vencimento mais distante. Em geral, o investidor que aplica os recursos hoje terá o retorno financeiro em cinco anos ou mais. Neste período, há o rendimento do dinheiro aplicado.
A disciplina é considerada fundamental, pois o investidor deve assegurar o equilíbrio financeiro durante a fase de acumulação de patrimônio. Isto é necessário tanto para evitar o saque antes do prazo previsto – o que pode implicar perdas –, quanto para garantir os valores para a realização de aportes frequentes, como é o caso da previdência privada.
De acordo com a Anbima, para escolher um investimento de longo prazo que esteja alinhado aos objetivos do investidor, é preciso estudar as características de cada produto financeiro e entender como funciona a aplicação.
Dessa forma, o investidor deve compreender o que é previdência privada, as diferenças entre Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), como calcular os aportes, como é feita a tributação e quais são as condições dos planos oferecidos por bancos e seguradoras antes de fazer a contratação.
No caso dos FIIs, é importante entender quais são os tipos de fundos disponíveis no mercado e suas características – tijolo, papel e fundos de fundos (FoFs) –, além de avaliar a gestão, a composição, as taxas e os riscos. Já os CDBs e as LCAs exigem o conhecimento sobre renda fixa e informações acerca da rentabilidade, segurança e liquidez.
Vantagens e desvantagens
Entre as principais vantagens de investir no longo prazo está a possibilidade de ampliar o patrimônio financeiro de forma mais consistente. Em geral, esses produtos financeiros possuem baixo risco e baixa volatilidade, o que também oferece maior previsibilidade sobre o retorno financeiro.
Outra vantagem é que a rentabilidade ocorre com juros compostos, o que num período mais extenso, pode trazer bons resultados ao investidor.
O investimento de longo prazo, como o próprio nome já diz, não é uma alternativa para conquistar um alto retorno financeiro em pouco tempo. Então, exige do investidor paciência e disciplina. Resgatar o dinheiro aplicado antes da data prevista significa perda financeira. Por isso, esse tipo de investimento é caracterizado como de baixa liquidez.