Engana-se quem pensa que aposentadoria é assunto para se deixar para depois. De acordo com a Associação Brasileira de Profissionais da Educação Financeira (Abefin), quanto antes o planejamento tem início, mais fácil é a organização para garantir uma vida financeira tranquila no futuro. Mas qual deve ser a antecedência?
No Brasil, cada vez mais, pais, mães e responsáveis têm planejado o futuro financeiro dos filhos. A informação é da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) que observou o aumento dos investimentos em planos de previdência privada para pessoas com idade abaixo dos 18 anos nos últimos anos.
De acordo com os dados da Fenaprevi, entre janeiro e agosto de 2022, o total de prêmios e contribuições referente aos planos para pessoas menores de idade somou R$ 1,75 bilhão. O valor corresponde ao crescimento de quase 30% em comparação com o mesmo período de 2021, quando a cifra alcançada foi de R$ 1,35 bilhão.
Investir em previdência privada é uma forma de planejar a aposentadoria, mas não é a sua única finalidade. Por ser uma aplicação de longo prazo, ele auxilia no acúmulo de patrimônio financeiro para o uso futuro.
Dessa forma, é uma alternativa para os pais juntarem dinheiro para pagar a faculdade, um curso de idiomas ou uma viagem de intercâmbio para os filhos, por exemplo. Também é uma forma de economizar para comprar bens materiais, como o primeiro carro ou imóvel.
Diálogo entre a família
De acordo com o presidente da Abefin e autor de livros infantis sobre educação financeira, Reinaldo Domingos, é importante que as famílias conversem de forma transparente sobre finanças, explicando sobre a importância de poupar, investir e consumir de forma consciente.
Ele defende que o diálogo deve começar ainda na infância, respeitando a maturidade e o momento vivido pela criança. Na análise do especialista, o aprendizado contribui para a formação de adultos mais conscientes e planejados.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que também auxilia na disseminação do conhecimento sobre educação financeira no país, concorda que o ensino da disciplina deve ser descomplicado e acessível para, assim, auxiliar as pessoas na realização de seus sonhos materiais.
Como investir em previdência privada para os filhos
De acordo com as informações do mercado, não existe idade mínima para ter um plano de previdência privada. Por isso, pais, mães e responsáveis podem contratar o produto para crianças e adolescentes.
Para isso, há dois caminhos. O primeiro é realizar a contratação indicando o adulto responsável como titular e o(a) filho(a) como beneficiário(a). Outra opção é colocar a criança ou o adolescente como titular, caso já possua um CPF válido.
Orientação geral
Os planos de previdência privada são oferecidos por bancos, corretoras de investimentos e seguradoras. A orientação do professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Pedro Leão Bispo, é para que os interessados avaliem com calma as condições de contratação antes de fechar negócio.
A previdência privada direciona os recursos dos investidores para um fundo de investimento que possui aplicações em renda fixa e variável. Como qualquer fundo, possui uma gestão profissional e cobra taxas pelo serviço. O especialista alerta para a importância de checar os valores das cobranças e, também, a reputação da instituição financeira.
Já a planejadora financeira Lorena Pires destaca a necessidade de compreender as diferenças entre os tipos de planos existentes. Segundo ela, o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é recomendado para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda, pois há a incidência sobre o valor total investido.
Já o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) é mais atrativo para quem faz a declaração simplificada, pois a incidência será sobre o rendimento, no momento do resgate. Ela também recomenda buscar informações sobre os valores dos aportes e a tributação.