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Especialista em finanças indica três formas inteligentes para usar o 13º salário; confira

Primeira parcela do benefício deve ser pago aos trabalhadores até 30 de novembro.

Criado em 1962, o 13º salário representa para o empregado brasileiro um alívio no orçamento doméstico e, por isso, é o mais aguardado dos salários. Benefício de empregados com carteira assinada, aposentados, pensionistas e servidores, o salário extra, também conhecido como gratificação natalina, deve ser pago pelo empregador em duas parcelas: a primeira entre 1º de fevereiro e 30 de novembro; e a segunda até 20 de dezembro. Também pode ser pago de uma só vez entre 1º de fevereiro e 30 de novembro. O critério é do empregador ou estabelecidos em acordos coletivos.

Muitos trabalhadores esperam esses valores para ser utilizado para quitar dívidas. Em casos extremos, essa utilização pode ser uma exceção. No entanto, é fundamental ter um bom planejamento para tomar decisões conscientes sobre como usar esse dinheiro. Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (ABEFIN), alerta: “O 13º salário foi criado para ser uma gratificação de fim de ano, não uma forma de compensar erros financeiros ao longo do ano. O ideal é usá-lo para concretizar sonhos de curto, médio e longo prazo, mas, em casos extremos, pode ser necessário utilizá-lo para resolver dívidas.”

Ele alerta ainda que também é importante lembrar que a chegada dessa “renda extra” coincide com o aumento dos gastos típicos de final de ano, como troca de presentes, ceia de Natal e viagens, além de compromissos de início de ano, como IPTU e material escolar para os filhos. “Por isso, é necessário planejar não só as despesas de fim de ano, mas também considerar as obrigações financeiras previstas para o início de 2025, além de observar a vida financeira de forma geral, respeitando sempre o padrão de vida da família”, completa.

Confira três dica de Reinaldo Domingos, presidente ABEFIN, para o uso do 13

1. Pagar dívidas

Embora o dinheiro extra não devesse ser utilizado para quitar dívidas, o correto seria planejar e ter compromissos financeiros que caibam no orçamento mensal, neste ano, é válido usar o 13º para ajudar nesse processo, mas com muita cautela. Antes de tomar qualquer atitude, é preciso entender o valor das dívidas, qual é o real fôlego para a negociação e buscar os credores. Reinaldo Domingos faz uma ressalva importante: “Se você está em uma situação financeira difícil, o 13º pode ser usado para renegociar dívidas, mas, no geral, deve ser poupado ou investido. O ideal é que esse valor seja usado para planejar o futuro, não para resolver problemas do passado.” Muito cuidado com os acordos, pois, muitas vezes, as pessoas fecham compromissos que não conseguem honrar, o que pode complicar ainda mais a situação financeira. Em tempos como este, os credores estão mais maleáveis, o que pode abrir boas oportunidades para negociar. No entanto, reforço que o ideal seria usar o 13º para poupar, investir e realizá-lo de forma consciente, direcionando-o para a concretização de sonhos de curto prazo (até um ano), médio prazo (de um a dez anos) e longo prazo (acima de dez anos).

2. Fazer as compras de fim de ano

Muitas pessoas utilizam o 13º salário para as compras de final de ano, o que não é errado, especialmente para aliviar a pressão financeira nesse período. Contudo, isso precisa estar planejado com antecedência. Uma maneira eficaz de se organizar é destinar parte do orçamento mensal para as despesas de Natal e outras festividades. Dessa forma, o 13º pode ser inteiramente poupado e utilizado para outros objetivos de maior longo prazo.
 

3. Poupar e investir

Há pessoas que estão em uma “zona de conforto”, ou seja, não possuem dívidas, mas também não fazem esforços para poupar. Para essas pessoas, é importante um alerta: é preciso agir com consciência, pois um passo em falso pode levar ao endividamento e até à inadimplência, principalmente por não ter uma reserva financeira. Reinaldo Domingos aconselha: “Quem não tem dívidas, mas também não poupa, corre o risco de ficar vulnerável a imprevistos financeiros. É fundamental começar a guardar parte do 13º para criar uma reserva e proteger o futuro.” Cada pessoa é livre para usar o 13º salário como achar mais conveniente, mas, para aqueles que não têm dívidas, o ideal é reservar uma boa parte desse dinheiro para começar a formar a tão necessária reserva financeira e investir na realização de sonhos futuros. Para os investidores, mesmo que iniciantes, a melhor opção ao receber o 13º salário é continuar investindo, sempre com um objetivo definido, seja qual for. O importante é que o uso do dinheiro extra seja feito com educação financeira, para que ele se torne uma ferramenta positiva para o futuro.

Fonte: O Tempo

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