A educação financeira faz parte da sua rotina para ensinar as crianças sobre dinheiro? Veja a importância do aprendizado e como abordar o tema com elas.
Conhecer o valor do dinheiro é fundamental em qualquer fase da vida — e o conceito deve ser compreendido desde cedo. Por isso, é cada vez mais comum ver pessoas reconhecendo a importância de falar sobre educação financeira com as crianças.
Na vida adulta, é possível ver reflexos diretos da falta de conhecimento financeiro na maneira como se lida com gastos, investimentos e dívidas. Ao se preparar melhor para essas questões desde a infância, ter uma relação mais saudável com o dinheiro no futuro se torna mais fácil.
Neste artigo, você entenderá quais são as principais formas de ensinar educação financeira para as crianças.
O que é educação financeira?
Educação financeira é o conjunto de conhecimentos e habilidades que ajudam a pessoa a lidar melhor com o dinheiro. Os conceitos envolvem planejamento, controle de gastos e uso inteligente dos seus recursos.
Com esse conhecimento, o indivíduo consegue tomar decisões mais conscientes sobre como ganhar, gastar, economizar e investir. Portanto, o aprendizado contribui para evitar dívidas desnecessárias e manter uma vida financeira mais equilibrada no futuro.
Um aspecto relevante da educação financeira é entender a importância de poupar. Por exemplo, criar uma reserva de emergência oferece segurança em momentos de imprevistos, como problemas de saúde ou perda de emprego.
A educação financeira também ensina como investir o dinheiro com inteligência, fazendo com que o patrimônio cresça com o tempo. Com os investimentos, é possível planejar o futuro, seja para comprar um bem, garantir a aposentadoria ou concretizar outros sonhos.
Vale saber que, quando uma pessoa tem maior controle sobre suas finanças, ela consegue projetar melhor sua situação econômica nos próximos anos. Esse hábito ajuda a conquistar metas e realizar desejos sem comprometer a estabilidade financeira.
No entanto, esse aprendizado deve começar cedo — de preferência na infância —, pois ajuda a formar adultos mais preparados para lidar com o dinheiro. Quanto antes se entende o valor de economizar e planejar, mais tranquilos poderão ser os desafios financeiros no futuro.
Por que é importante falar sobre educação financeira para crianças?
A educação financeira desde cedo ajuda as crianças a desenvolverem uma relação saudável e consciente com o dinheiro, preparando-as para serem adultos mais responsáveis e equilibrados.
Veja a seguir os principais aspectos que demonstram a importância de falar sobre educação financeira para crianças:
Melhor saúde financeira
Quando uma criança aprende a economizar e a evitar compras por impulso, ela já começa a desenvolver uma relação mais consciente com suas finanças. Pequenas lições sobre a importância de poupar podem influenciar diretamente o comportamento dela na vida adulta.
Nesse contexto, saber priorizar entre o que é essencial e o que é apenas um desejo momentâneo costuma levar a uma vida financeira equilibrada. Quanto mais cedo esse aprendizado acontecer, mais natural será sua aplicação na vida adulta.
Valorização do dinheiro
Ao entender como o dinheiro é ganho e utilizado, as crianças aprendem a valorizar o trabalho, o esforço e o tempo investido para adquirir bens e serviços. Essa compreensão também incentiva um uso mais consciente do dinheiro, ajudando a evitar a aquisição de itens desnecessários ou que não agregam valor real às suas necessidades.
Essa noção pode, ainda, reduzir a pressão por consumir os produtos mais caros ou os mais novos, oferecendo uma visão mais equilibrada e realista sobre as diferenças entre o que é essencial e o que é apenas um desejo momentâneo.
Prevenção de dívidas
Crianças com boa educação financeira têm menos chances de ter problemas financeiros sérios na vida adulta. Um dos reflexos positivos disso é a prevenção de dívidas, já que elas entenderão os perigos de gastar mais do que ganham e sobre a importância de viver conforme o próprio orçamento.
Ademais, ao compreender desde cedo as consequências do endividamento, as crianças se tornam adultos mais cuidadosos ao usar cartões de crédito ou buscar empréstimos e financiamentos. Assim, elas poderão fazer uso dessas ferramentas com responsabilidade.
Desenvolvimento de responsabilidade
Como você percebeu, falar de educação financeira com as crianças também serve para desenvolver o senso de responsabilidade. Por exemplo, elas passam a contribuir para uma gestão familiar mais equilibrada.
Um dado interessante mostra que uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), em parceria com o Instituto Axxus e o Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia (NEIT) do Instituto de Economia da Unicamp, revelou que 70% das crianças que recebem educação financeira nas escolas passam a ajudar seus pais nas compras. Além disso, 98% dessas crianças começam a discutir o assunto em casa, indicando que a educação financeira infantil promove maior envolvimento e conscientização sobre finanças no ambiente familiar.
Como deve ser a abordagem em cada faixa etária?
Agora que você já entendeu como a educação financeira influencia o desenvolvimento das crianças, deve estar se perguntando qual é a melhor forma de trazer esse tema à tona. Vale saber que cada faixa etária requer uma abordagem diferente.
Conheça as principais distinções entre as faixas etárias no que diz respeito à educação financeira para crianças!
De 3 a 6 anos
Na faixa de 3 a 6 anos, as crianças estão descobrindo o mundo ao seu redor e aprendem melhor por meio de atividades lúdicas. A educação financeira nessa fase deve ser simples e envolvente, usando brincadeiras, jogos e histórias.
O foco deve ser o de trazer noções básicas e ajudar os pequenos a entender que o dinheiro tem uma origem e um propósito.
De 7 a 11 anos
A partir dos 7 anos, as crianças já têm uma noção maior do que gostam e querem, e estão mais expostas ao consumo por conta da convivência social na escola. Inclusive, é nessa fase em que elas costumam começar a desejar produtos que seus amigos têm, como brinquedos e materiais escolares.
Por conta disso, a ideia é mostrar a diferença entre necessidades e desejos. Mais uma possibilidade é introduzir o conceito de escolha financeira, fazendo com que seu filho perceba que, ao optar por uma compra, abre-se mão de outra.
De 12 a 16 anos
Quando a criança chega à adolescência, entre 12 e 16 anos, ela está pronta para lidar com mais responsabilidade em relação às finanças. Esse é o momento de abordar temas mais avançados, como orçamento e planejamento financeiro.
Nessa fase, já é possível incentivá-la a cuidar do seu próprio dinheiro com mais seriedade, como ao oferecer mesadas maiores e até algumas responsabilidades financeiras.
A partir de 17 anos
A partir dos 17 anos, os jovens começam a se aproximar da vida adulta e das responsabilidades que a acompanham. Então, eles devem aprender a lidar com orçamentos maiores, começando a gerenciar seus próprios gastos — seja com estudos, transporte ou lazer.
Esse é um momento em que os pais podem supervisionar o processo, mas os filhos precisam começar a tomar decisões financeiras com mais autonomia.
Quais as melhores formas de ensinar educação financeira para crianças?
Existem inúmeras maneiras de ajudar as crianças a entenderem a importância do dinheiro e como usá-lo com responsabilidade. Ao trazer o tema das finanças para a realidade delas, você as prepara para os desafios da vida adulta com mais tranquilidade.
Agora, veja como abordar a educação financeira para crianças no seu dia a dia.
Converse sobre o dinheiro e suas funções
O primeiro passo para ensinar educação financeira para crianças é familiarizá-las com o conceito de dinheiro. Você pode começar permitindo que tenham contato direto com notas e moedas para que a ideia se torne mais concreta.
Em seguida, vale ensinar sobre a função do dinheiro, explicando de onde ele vem e por que ele é necessário.
Use jogos e atividades lúdicas
Brincadeiras e jogos são uma excelente ferramenta para ensinar conceitos financeiros de forma divertida e prática. Atividades nas quais as crianças simulam ser clientes ou vendedores mostram a elas como funcionam as relações comerciais, a diferença entre o valor e o preço dos produtos e outros conceitos relacionados.
Você pode experimentar, por exemplo, montar uma loja de brincadeira em casa para a criança simular a venda de brinquedos. Ela terá a chance de aprender a contar dinheiro e a tomar decisões financeiras.
Utilize a mesada para educar sobre o dinheiro
Como visto, oferecer uma mesada é uma maneira prática de ensinar educação financeira para crianças. Diferentemente de dar dinheiro ocasionalmente, ela permite que as crianças aprendam a adaptar seus desejos à quantia que recebem em determinado período.
No entanto, procure dosar a quantidade de dinheiro oferecida, principalmente para crianças mais novas. Administrar um montante semanal pode ser mais fácil para os filhos menores, que ainda estão aprendendo sobre economia e planejamento.
Estimule o hábito de poupar
Ensinar as crianças a poupar desde cedo é fundamental para criar hábitos financeiros saudáveis na rotina. Um cofrinho é um recurso simples que ajuda a entender o conceito de guardar dinheiro para necessidades futuras ou compras maiores.
Tenha em mente que oferecer recompensas depois de poupar pode servir como motivação extra. Com o incentivo, as crianças passam a relacionar a poupança a um retorno positivo no futuro, o que serve para encorajá-las a continuar economizando.
Converse sobre finanças em família
A educação financeira para crianças envolve incluir esse assunto nas conversas do dia a dia. Portanto, você pode convidá-las a participar de decisões familiares sobre compras ou orçamento doméstico para que elas se sintam parte do processo.
Essas discussões contribuem para criar um ambiente de aprendizado mútuo. Enquanto as crianças podem compartilhar suas ideias e experiências financeiras, os pais têm a chance de reforçar bons comportamentos.
Seja um exemplo de responsabilidade financeira
Partindo da premissa anterior, os pais e familiares precisam demonstrar comportamentos que reflitam responsabilidade financeira no dia a dia. Mostrar que você faz escolhas inteligentes sobre o uso do dinheiro costuma influenciar positivamente os pequenos.
Também vale explicar o raciocínio por trás de certas decisões financeiras. Com os argumentos, as crianças poderão entender que dinheiro não é infinito e que é preciso fazer escolhas em relação a ele diariamente.
Defina metas para incentivar o planejamento
Ajudar as crianças a estabelecer metas financeiras pode ser um excelente exercício de planejamento e disciplina. Uma meta pode ser economizar para comprar um brinquedo específico ou para uma atividade especial, como uma viagem.
Esse processo ensina o valor do dinheiro, além de trazer o foco para a importância de ter paciência e trabalhar por um objetivo.
Leia livros sobre educação financeira com as crianças
Existem diferentes opções de leitura que explicam, em uma linguagem acessível, conceitos importantes, como o valor do dinheiro, a importância de poupar e o planejamento financeiro.
Uma dica é o livro “Como cuidar do seu dinheiro”, que usa os personagens da Turma da Mônica para apresentar noções financeiras básicas. Outra possibilidade é “O Menino, o Dinheiro e os Três Cofrinhos”, que aborda investimentos.
É possível abrir uma conta bancária para crianças?
Você pode abrir contas bancárias para as crianças e essa prática tem se tornado cada vez mais comum. Há instituições financeiras que oferecem a opção voltada especificamente para menores, que permite aos pais supervisionar e controlar as movimentações.
Por exemplo, no BTG Pactual, a conta pode ser aberta para crianças a partir dos 8 anos. Com ela, os pais conseguem acompanhar as transações dos filhos, definir limites de gastos e até mesmo cadastrar uma mesada recorrente por meio de transferências via Pix.
Outras funcionalidades incluem a compra de créditos para jogos e até o acesso a investimentos, que podem ser liberados com a autorização dos responsáveis, conforme a criança vai se desenvolvendo. Assim, é possível estimular o interesse por finanças e investimentos desde cedo.