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Com Selic alta, quais modalidades de crédito são mais baratas?

Por: Diário do Nordeste

Após atingir a mínima histórica em 2020, a Selic vem em altas consecutivas desde o início do ano passado, alcançando os dois dígitos. A taxa básica de juros está hoje em 12,75% ao ano e isso impacta diretamente o custo do crédito no país. 

Todas as modalidades de crédito têm alguma influência da Selic, seja maior ou menor. Mas, algumas linhas oferecem condições um pouco melhores, mesmo neste momento de juros altos. 

Quem não tem pressa em obter um bem, por exemplo, pode optar por um consórcio. Aposentados, pensionistas e funcionários públicos conseguem um crédito imediato mais em conta optando pelo consignado. 

A escolha da modalidade de crédito deve levar em conta principalmente o objetivo, e a contratação não deve ocorrer sem antes ser feita devida pesquisa e comparação entre os preços do mercado. 

CRÉDITO CONSIGNADO 

O crédito consignado é um dos mais baratos do mercado. De acordo com o Banco Central, os juros mais caros do mercado para essa modalidade são de 5,94% ao mês, enquanto no empréstimo pessoal esse número hoje chega a 20% a.m. 

Essa linha de crédito é limitada a aposentados, pensionistas e funcionários públicos. O custo é mais baixo devido ao risco para a instituição financeira ser menor, já que as parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento do solicitante.

A educadora financeira da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Juliana Barbosa, ressalta que apesar do menor custo, é importante tomar cuidado com esse tipo de empréstimo, tendo certeza de que ele cabe no orçamento.  

Como ele é descontado em folha, quem solicita não tem a opção de não pagar, mesmo que surja alguma outra emergência. 

Em uma situação de uma pessoa que está com orçamento apertado, não consegue fechar as contas, se tiver a possibilidade, a melhor opção é o crédito consignado. O ideal é que a pessoa veja todo o orçamento, o que dá para amortizar com o crédito consignado.

HOME EQUITY 

Quem tem imóvel próprio também pode conseguir condições melhores de crédito. As instituições financeiras oferecem empréstimo com juros menores utilizando imóvel como garantia. 

De acordo com o diretor executivo da Wiz Parceiros, Rodrigo Salim, esse tipo de empréstimo deve ser feito com cautela, sob o risco de perda do imóvel em questão. A indicação é para quem precisa de capital de giro. 

“A garantia dá acesso a um crédito maior, mais barato e com um prazo mais alongado. Para quem precisa de capital de giro pode ser interessante”, detalha. 

Salim destaca que o home equity, junto com o consignado, são opções inclusive para quem está com o nome sujo. 

O home equity e consignado não tem restrição se a pessoa tem problema de nome sujo, tem garantias por trás que possibilitam esse crédito. Tem financeiras que oferecem empréstimo para quem tem nome sujo, mas é muito caro.

CONSÓRCIO 

Apesar de não ser uma opção para quem quer dinheiro na mão de forma imediata, o consórcio pode ser uma saída para adquirir um bem de forma programada. Os custos podem ser mais baratos do que os de um financiamento, já que não há cobrança de juros, apenas de taxa de administração. 

Rodrigo Salim aponta que essa é a única opção de crédito que não é afetada diretamente pela Selic. A taxa de administração combinada no momento da contratação permanece a mesma até o fim do consórcio. 

“Temos uma brincadeira de mercado de que o consórcio é imune a crises, ele cresceu muito nos últimos anos justamente por essa característica”, afirma. 

Juliana alerta que quem deseja contratar deve prestar atenção nas taxas de administração, principalmente se não houver condições de dar um lance. Segundo ela, o custo total pode ser maior que o de um financiamento para os que são contemplados por último, a depender do prazo e da taxa.  

CUIDADOS AO CONTRATAR EMPRÉSTIMO 

O momento atual é de custos mais altos no acesso a crédito, então quem pretende realizar um empréstimo deve ponderar o objetivo e pesquisar as opções disponíveis no mercado. 

“As pessoas acessam dinheiro sem saber o que estão contratando. Primeiro ponto é saber o fim. Se é para uma composição de dívida é uma coisa, para comprar um bem é outro. Precisa de um planejamento, fazer contas e pesquisar”, indica Rodrigo. 

Ele recomenda que a parcela do empréstimo não comprometa mais do que 20 a 30% da renda mensal da pessoa e que, mais que os juros, o consumidor deve se atentar ao Custo Efetivo Total (CEF) da operação. 

Juliana afirma que tomar crédito de forma consciente pode ser uma forma, inclusive, de sair de dívidas mais caras, como é o caso do cartão de crédito. A pesquisa é fundamental antes da contratação. 

“Se quer contratar um empréstimo, tente conversar com gerente de banco para negociar taxa, não contratar no aplicativo. Tem que pesquisar, pode ter um banco A ou B com taxa ou oportunidades melhores. Muitas vezes uma cooperativa pode ter taxas mais baixos. Não pegar o primeiro empréstimo que o gerente oferecer ou que apareceu no aplicativo, fazer uma pesquisa mesmo”, orienta. 

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