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Aos 10 anos, estudante lança rifa digital para juntar dinheiro e vira exemplo de educação financeira infantil

Com apoio dos pais, Luiza Stival Cavalcante une criatividade, disciplina e autonomia em uma ação que ensina, na prática, o valor de planejar, poupar e realizar sonhos.

Enquanto muitas crianças da sua idade sonham em ganhar brinquedos, Luiza Stival Cavalcante, de 10 anos, aluna do 5º ano do ensino fundamental, decidiu criar uma rifa digital para arrecadar dinheiro. O objetivo? Alimentar o seu cofrinho e aprender, na prática, como administrar suas finanças pessoais. A ação, idealizada pela própria criança, virou exemplo de educação financeira infantil e tem mobilizado amigos, familiares e colegas de trabalho dos pais.

O prêmio da rifa é um Ovo de Páscoa Clássicos ao Leite de 2kg da Cacau Show, e cada bilhete custa apenas R$ 3,50. Todo o valor arrecadado será depositado no cofre da própria Luiza, que já tem o hábito de guardar sua mesada, trocos de compras dos pais e presentes em dinheiro oferecidos pelos avós. Agora, ela decidiu ir além e transformar uma ideia simples em uma oportunidade concreta de aprendizado.

Como ainda é menor de idade, Luiza pediu ao pai, o jornalista e servidor público Luiz Cláudio Cavalcante, que a ajudasse com a organização da rifa. A mãe, Eliane Stival, também abraçou a ideia da filha e passou a divulgar a campanha entre seus amigos e colegas. A adesão tem sido positiva e, além do caráter simbólico da ação, a iniciativa está gerando uma reflexão importante: como pais e responsáveis podem incentivar o desenvolvimento da inteligência financeira desde a infância?

“Mais pais deveriam incentivar atitudes como essa. É assim que a criança aprende a equilibrar desejo, consumo e planejamento financeiro”, afirma Luiz Cláudio. Para ele, o papel da família é essencial nesse processo, servindo como base para que os filhos aprendam a ter responsabilidade sobre aquilo que possuem — e sobre o que desejam conquistar.

Especialistas reforçam que atitudes como a de Luiza são fundamentais para a formação de adultos financeiramente conscientes. “Educar crianças sobre finanças não requer jargões complicados. O foco deve estar em lições práticas”, afirma Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin). Ele defende que o aprendizado precisa estar conectado à realidade da criança, com exemplos simples, próximos e aplicáveis.

A educadora financeira Cristina Judas também destaca a importância de ensinar desde cedo os princípios de planejamento, autocontrole e priorização de gastos. “A criança precisa entender que não se pode ter tudo ao mesmo tempo. Quando ela se envolve em pequenas decisões, como escolher entre dois doces no supermercado, está desenvolvendo sua capacidade de decisão e aprendizado sobre limites.”

Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), apenas 21% dos jovens brasileiros receberam algum tipo de orientação financeira durante a infância. O número acende um alerta e reforça a urgência de ações que tragam esse tema para dentro das casas e escolas. “É na infância que se formam os hábitos que acompanharão o indivíduo por toda a vida”, aponta a entidade.

Entre as dicas sugeridas por educadores para introduzir a educação financeira em casa estão: explicar o valor das coisas com linguagem acessível; mostrar a diferença entre produtos caros e baratos; oferecer uma pequena quantia de mesada ou semanada; deixar a criança participar do orçamento familiar de forma lúdica; ensinar sobre paciência, metas e o perigo das compras por impulso.

A experiência da família Cavalcante-Stival mostra que não é necessário esperar a adolescência ou a vida adulta para tratar de dinheiro com as crianças. Quando acolhida e orientada com sensibilidade, uma ideia infantil pode gerar impactos duradouros e ensinamentos que acompanham por toda a vida.

Dicas práticas para ensinar finanças às crianças incluem:

  • Explicar o valor das coisas de forma simples e direta
  • Mostrar a diferença entre produtos caros e baratos
  • Dar uma pequena carteira para incentivar o cuidado com o dinheiro
  • Permitir que participem de atividades como comparar preços e escolher produtos
  • Ensinar a evitar compras por impulso
  • Explicar que não se pode gastar mais do que se ganha
  • Dizer “não” quando necessário para exercitar a paciência
  • Reforçar o planejamento e a importância de poupar

A história de Luiza inspira famílias e educadores a refletirem sobre o papel da infância na construção de um futuro mais consciente. Com o exemplo dela, fica evidente que ensinar a lidar com dinheiro desde cedo é um investimento valioso — e que boas ideias podem nascer mesmo nos menores cofrinhos.

Fonte: Arena de Notícias

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