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Educação financeira é algo comportamental, aponta especialista

Apesar da queda no número de inadimplentes no ABC, apontados nos levantamentos realizados pela CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano, o comportamento dos consumidores segue preocupando, principalmente pela cultura da compra por impulso. Para os especialistas ouvidos no RD Momento Econômico – Debate, existe a necessidade de mudar esses hábitos e tornar o consumo mais inteligente. Por isso se defende a inclusão da educação financeira como matéria em escolas.

O consumo desenfreado, muitas vezes potencializados em datas importantes para o comércio como o Dia das Mães, vira um vilão daqueles que contam com dívidas e muitas vezes aumentam esse valor devido por compras realizadas sem necessidade ou mesmo pelo impulso de gastar.

“Todo mundo aqui é a favor do consumo. O que não somos favoráveis é quando o excesso de consumo se torna essa bola de neve que impacta o futuro consumo”, inicia Alexandre Damásio, presidente da CDL de São Caetano.

“Quando você só consome sem entender o ciclo do consumo – que é a busca, a aquisição, aferição, compra e pagamento – isso vira algo prejudicial. A nossa população vem empobrecendo por conta de um consumo, senão excessivo, um consumo impulsivo”, segue Damásio.

O presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (Abefin) e da DSOP Educação Financeira, Reinaldo Domingos, aponta que um dos principais desafios para o ensino da Educação Financeira está na geração mais experiente, pois não foram educados e assim não conseguiram passar hábitos de consumo mais saudável para os mais novos.

“Nós não aprendemos a administrar esses recursos, isso lá da tenra idade, quando criança. Compramos com o dinheiro com que os nossos pais deram para nós. Crescemos, ficamos jovens, vamos para as nossas baladas e consumimos no limite. Quando crescemos e começamos a trabalhar temos acesso a crédito e acabamos gastando mais do que temos”, explica Reinaldo.

O especialista aponta que a partir da educação financeira é possível mudar esse quadro desafiante, pois este ensino é menos complicado do que imagina.

“A educação financeira é comportamental, ela é atitudinal, ela constrói hábitos e por isso a necessidade de ela está nas escolas, sim. Dos pais aprenderem a passar para as crianças. Mas eu não estou falando de cálculo, não estou falando de planilha, não estou falando de matemática, não estou falando de aplicativo, estou falando de comportamento puro. A atitude, a iniciativa do consumo versus as minhas possibilidades”, diz Reinaldo.

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