O número de brasileiros que começaram a investir em fundos de investimentos imobiliários (FIIs) bateu recorde em setembro. De acordo com o relatório mensal divulgado pela Bolsa de Valores (B3), o total de novos investidores foi de 73.196, o maior ingresso registrado em um único mês ao longo de 2022.
Já somando os recém-chegados, os FIIs da B3 reúnem mais de 1,9 milhão de investidores pessoas físicas. O aumento do interesse por esse tipo de fundo é justificado pelo maior conhecimento dos brasileiros sobre investimentos e a vontade de recorrer à renda variável com o intuito de aumentar o potencial de retorno financeiro das aplicações.
Conforme a pesquisa “Raio X do Investidor Brasileiro 2022”, realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os FIIs estão entre os tipos de investimento mais conhecidos entre os brasileiros.
Quando perguntados sobre aplicações financeiras, a caderneta de poupança ainda é a mais popular, sendo lembrada por 11% dos investidores. Em seguida estão as ações da bolsa de valores (10%). Os FIIs foram citados espontaneamente por 6% dos entrevistados.
Na avaliação da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), os FIIs são considerados uma “porta de entrada” para quem deseja começar a investir em renda variável. A avaliação se dá pelo fato de esse tipo de aplicação conferir maior segurança ao investidor em comparação com outros investimentos da mesma modalidade, como as ações e as criptomoedas.
Como funcionam os FIIs
Os FIIs são fundos que reúnem pessoas interessadas em investir em ativos imobiliários. Para isso, o investidor compra cotas, que correspondem a sua participação no fundo. De posse dos recursos dos investidores, a gestão direciona os valores para o investimento em imóveis, títulos imobiliários ou cotas em outros fundos.
Os FIIs de papel direcionam os recursos dos investidores para a aquisição de títulos que irão financiar projetos do setor imobiliário, como Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Letras Hipotecárias (LHs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Integram a categoria, fundos como Iridium Recebíveis Imobiliários (IRDM11), Rio Bravo Crédito Imobiliário Hish Yeld (RBHY11), o Votorantin Securities (VSEC11) e outros.
Os FIIs de tijolo são aqueles que investem na compra, e/ou exploração de empreendimentos físicos, como shoppings, prédios comerciais, centros de distribuição, galpões, dentre outros. Nesta categoria, estão listados na B3 os fundos Guardian Logística (GALG11), Malls Brasil Plural (MALL11), o REC Renda Imobiliária (RECT11), dentre outros.
Os fundos de fundos (FOFs), como o próprio nome diz, realocam os recursos dos investidores em outros FIIs. Como exemplos podem ser citados Galapagos Fundos de Fundos (GCFF11), Kinea Fundos de Fundos (KFOF11) e Mogno Fundos de Fundos (MGFF11).
A remuneração do investidor pode ocorrer de duas formas, de acordo com o tipo de FII: a venda da cota após a sua valorização e/ou o pagamento de dividendos.
É hora de investir?
Segundo os dados da B3, há 423 FIIs disponíveis na Bolsa de Valores. A oferta tem crescido paralelamente ao aumento da demanda. E considerando o aumento do interesse dos novos investidores por esse tipo de fundo, a expectativa é de expansão.
Apesar de o momento econômico ainda exigir cautela, o mercado financeiro está otimista. Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e o maior controle da doença, a perspectiva é de retomada econômica global.
No Brasil, o setor da construção civil desempenha um papel importante na economia, sendo considerado uma espécie de “termômetro” das atividades. Quando está aquecido tem a capacidade de promover um reflexo positivo em cadeia, aquecendo os setores da indústria, do comércio e dos serviços.
O processo de recuperação da crise econômica vivida pelo país passa pelo aumento das atividades da construção civil e, consequentemente, da oferta do mercado imobiliário.
Na B3, o setor também tem uma participação importante, reunindo 30 empresas que oferecem ativos para investimentos.