ABEFIN

NOSSO BLOG

Rio é o estado com mais inadimplentes do país, segundo a Serasa

No total, são oito milhões de fluminenses endividados, cujas dívidas somam mais de R$ 35,4 bilhões

O Rio de Janeiro é o estado do país com a maior proporção de inadimplentes. O dado faz parte do levantamento “Mapa da inadimplência”, produzido pela Serasa. De acordo com o estudo, a proporção de pessoas com contas atrasadas chega a 52,80%, liderando o ranking em junho. No total, são cerca de oito milhões fluminenses nesta situação, cujas dívidas somam mais de R$ 35,4 bilhões.

Em segundo lugar da lista, aparece o Amapá (52,72%), seguido do Amazonas (52,20%), do Distrito Federal (52,05%) , do Mato Grosso (50,33%) e de Roraima (49,23%).

Para Barbara Souza, planejadora financeira da JBN Partners, entre os fatores que levam o Estado do Rio a apresentar um dos piores índices de inadimplência estão o desemprego e a falta de atratividade para investimento privado:— O Estado do Rio vem figurando entre os de maior inadimplência com frequência nos últimos 18 meses. Outros estados até maiores do que o Rio, como Minas Gerais e Sâo Paulo, já estiveram à frente nesse ranking, porém se recuperaram. Um dos fatores que atrapalham o Rio de Janeiro é a alta taxa de desemprego. O Rio tem o maior percentual de pessoas procurando emprego há mais de dois anos no país, que não conseguem colocação nem no mercado informal — avalia Souza.

Ao todo, a pesquisa constatou que 43,78% da população brasileira estão com contas atrasadas, com 71,45 milhões de pessoas na lista de inadimplentes. Os dados são referentes às dívidas apuradas até junho. Em relação a maio, a redução foi de 450 mil pessoas inadimplentes no país sobre os 71,9 milhões de endividados no período (-0,63%), interrompendo assim uma sequência de aumento da inadimplência ao longo deste ano.

O valor médio de cada dívida é de R$ 1.317,70, enquanto que o valor médio por pessoa é R$ 4.846,15. O cartão de crédito figura em primeiro lugar como o segmento com a maior parte dos boletos sem pagamento, com 31,13%. As contas de consumo, como água , luz e gás, são responsáveis por 22,07% dos atrasos, e em terceiro o varejo, com 11,44%.Para o presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (Abefin), Reinaldo Domingos, iniciativas que facilitam a renegociação de dívidas, oferecendo descontos e condições facilitadas, como o programa Desenrola Brasil, do governo federal, podem auxiliar as famílias. Mas, segundo ele, é preciso implementar ações mais robustas de educação financeira.-— Ações de renegociação de dívidas não surtem um efeito efetivo a médio e longo prazos. As pessoas resolvem o problema momentâneo e voltam a se endividar — alerta

Limpar o nome

Embora o Rio esteja em primeiro na lista de inadimplência, a quantidade de acordos fechados no Feirão Limpa Nome do Serasa em junho foi 299,7 mil. Enquanto isso, o número de acordos fechados em São Paulo ultrapassou 852 mil.

Entre as principais dívidas renegociadas, as contas de gastos com telecomunicações aparecem em primeiro lugar, com 31,13%, seguidas de securitizadoras (26,23%) e de grandes bancos (14,77%).

A educadora financeira Aline Soaper destaca que os consumidores devem ficar atentos com parcelamentos muito longos, por serem um grande risco de perda de controle financeiro e de acúmulo de dívidas feitas a prazo.

— O consumidor pode comprometer uma grande parte de seus recursos com parcelas acumuladas, perder a qualidade de vida da família e acabar entrando em um ciclo de endividamento. Mesmo que o parcelamento seja sem juros, não se engane, ele está incluído no valor das parcelas. Lembre-se de que todo dinheiro tem um custo e, atualmente, esse custo está mais alto — ressalta.

Como organizar as finanças

Conhecer o tamanho do rombo orçamentário: fazer um levantamento de todas as dívidas, taxas de juros contratadas, prazo e credores.

Método de divisão da renda 50 30 20: organize a receita da seguinte forma: 50% para as despesas fixas; 30% para as despesas variáveis; e 20% para o dinheiro a ser poupado. 

Use aplicativos para fazer o controle financeiro : registre os casos para evitar desperdícios

Renegociação: renegocie as dívidas pensando na incorporação das parcelas de pagamento nas despesas mensais da família.

Lado das receitas: também pode-se pensar em adicionais de renda como venda de algum bem que hoje está pesando demais no orçamento para ser mantido, um trabalho extra, entre outras fontes.Tenha um fundo de emergência : para situações mais críticas, como desemprego, queda de movimento de clientes na empresa e outras.

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Posts Recentes: