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Remédios devem aumentar em abril; saiba como economizar

A partir do dia 1º de abril os preços de remédios deverão subir e podem ficar até 5,6% mais caros em todo o país. Segundo estimativas da Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo), esse reajuste deverá chegar à 5,6%, em linha com a inflação medida pelo IPCA.

O reajuste ocorre todos os anos no dia 1º de abril e seu limite é estabelecido pelo Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão da Anvisa, podendo ser repassado pelas farmácias ao consumidor de uma vez ou ao longo do ano. Esse aumento deve impactar mais de 13 mil de remédios à venda nas farmácias.

O reajuste não é automático nem imediato e a concorrência entre as empresas do setor poderá ajudar a regular os preços, já que a decisão de aumentar ou não os preços é de cada uma das farmácias, podendo existir variação de preços entre elas.

Perfil do consumidor em farmácias

Segundo a 6ª Edição da Pesquisa Sobre o Comportamento do Consumidor em Farmácias no Brasil em 2023, realizado pelo IFEPEC (Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa) em parceria com a Unicamp, o consumidor está mais atento para economizar em compras nas farmácias. O levantamento analisou o perfil destes estabelecimentos.

Foram entrevistados 4 mil consumidores em todo o país e, entre as principais descobertas do estudo, está uma mudança no perfil do consumidor em relação aos outros anos. Mais pessoas afirmam que o preço foi o principal fator para a escolha da farmácia, atingindo 82,1% dos entrevistados. No ano anterior, esse número era de 79,9%.

Os clientes também estão pesquisando mais antes de comprar. 31,1% dos consumidores afirmaram que realizaram alguma forma de pesquisa de preços em outras farmácias antes de efetuar sua compra. Em 2022, esse percentual era de 15,3%.

Além disso, mais de 92,5% dos entrevistados reportaram participar de algum programa de fidelidade, o que mostra que essas iniciativas continuam em alta. O número de consumidores que deixaram de adquirir algum produto que desejavam comprar foi de 17,7%. Destes, 61,8%, alegaram questões financeiras como problema.

“Fazer uma pesquisa sobre o retrato real do comportamento dos consumidores no varejo farmacêutico nacional é primordial para apoiar as iniciativas internas. Com dados atuais à disposição, podemos estruturar nossas estratégias e dessa forma sermos mais assertivos”, destaca Edison Tamascia, presidente da Febrafar.

Dicas para economizar

“Mesmo tendo os medicamentos preços tabelados é possível economizar nessas comprar. Uma coisa que poucas pessoas sabem é que se tabela apenas o valor máximo dos medicamentos, mas o mínimo as farmácias podem estabelecer de acordo com suas estratégias comerciais”, analisa o presidente da ABEFIN (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), Reinaldo Domingos.

“Existem muitas maneiras de se conseguir medicamentos com desconto ou gratuitos no Brasil. O Programa Farmácia Popular e as UBS (Unidades Básicas de Saúde) possuem medicamentos gratuitos para vários tratamentos. Há programas de medicamentos excepcionais gratuitos no caso de doenças crônicas e graves, como câncer, e algumas instituições filantrópicas, ONGs e empresas doam remédios e vale a pena procurar quais realizam essas ações. É possível entrar com ações judiciais também para conseguir medicamentos gratuitos especialmente no caso de doenças raras e de alto custo não cobertas por programas do governo.”, explica o economista Rica Mello.

Veja orientações elaboradas pelos especialistas sobre como economizar na compra de remédios:

  • Pesquise o menor preço: conheça o valor dos remédios em diversas farmácias, pois os preços são muito diferentes e uma drogaria pode cobrir o preço da concorrência. Nas compras online em grandes redes muitas vezes há descontos e a opção de retirar os itens na loja física sem ter que esperar pela entrega;
  • Defina o que quer comprar: é importante ter bem claro o que se deseja comprar na farmácia. Por isso, atenha-se a uma lista pré-definida de produtos, evitando comprar por impulso;
  • Pesquise medicamentos genéricos: os remédios genéricos costumam ser mais baratos e por isso peça ao médico quando for escrever a receita que ele coloque o princípio ativo no lugar da marca. Cuidado com medicamentos similares porque eles não costumam ter a mesma comprovação de eficácia que o original. Às vezes, como os medicamentos de marca são mais caros, eles também podem estar em promoção para competir com os genéricos;
  • Utilize programas de fidelidade: alguns planos de saúde e a maioria das farmácias possuem programas de fidelidades com descontos e benefícios. Existem também os programas dos laboratórios nos quais é possível fazer um cadastro para obter descontos nas compras em farmácias. Veja se sua empresa, plano de saúde, sindicato ou associação de classe profissional possui parceria com alguma rede;
  • Compre fora do Brasil: às vezes, alguns remédios são mais baratos fora do Brasil. Portanto, para aqueles que viajam pode valer a pena comprar lá fora ou pedir para algum conhecido que more fora para comprar o medicamento. É preciso, entretanto, verificar a aceitação da receita médica brasileira em outros países.

Remédios gratuitos

Por meio do PFPB (Programa Farmácia Popular do Brasil) é possível obter medicamentos de graça para doenças como diabetes, asma e hipertensão e, de forma subsidiada, para dislipidemia, rinite, doença de Parkinson, osteoporose, glaucoma, anticoncepção, além de fraldas geriátricas.

Para conseguir os remédios, o paciente deve ir até uma farmácia credenciada identificada pela logomarca do programa ou a uma UBS (Unidade Básica de Saúde) que tenha o serviço. É preciso apresentar a receita médica, e documento oficial com foto e número do CPF.

Para a obtenção de fraldas geriátricas para incontinência, o paciente deverá ter idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou ser pessoa com deficiência e deverá apresentar prescrição, laudo ou atestado médico que indique a necessidade do uso de fralda geriátrica, no qual conste, na hipótese de paciente com deficiência, a respectiva Classificação Internacional de Doenças (CID). Para saber quais medicamentos são contemplados pelo programa, entre neste link.

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