A falta de educação financeira tem levado muitos brasileiros ao endividamento e inadimplência. Um ponto importante é que existem diversas ações governamentais para reverter essa situação, e muitas empresas estão abertas para negociar as dívidas.
Um exemplo é o MegaFeirão Serasa e Desenrola de renegociação de dívidas, que acontece desde segunda-feira (dia 4). São mais de 700 parceiros, entre bancos, financeiras, comércio varejista, operadoras de telefonia e securitizadoras, que fazem parte do mutirão nacional, que terminará em 31 de março, mesma data em que o governo federal pretende encerrar o programa Desenrola Brasil.
Segundo a Serasa, o MegaFeirão oferece mais de 550 milhões de ofertas, com descontos de até 96% nas dívidas cadastradas no Desenrola Brasil. Há também opções de parcelamento em até 60 vezes, prestação mínima de R$ 50 e juros de 1,99% ao mês.
Um ponto crucial é que antes de entrar na fase de negociações, é importante que o consumidor conheça seus números e faça uma faxina financeira. Afinal, apenas com uma mudança comportamental é possível sair definitivamente dessa situação.
“Se a crise está afetando as finanças da família, eu recomendo que não busque agora esses feirões, pois possivelmente não conseguirá honrar os compromissos. Este momento é de sobrevivência para essas famílias; depois, pode ajustar o nome”, alerta Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).
Domingos, autor do livro “Nome sujo pode ser a solução” (Editora DSOP), elaborou algumas orientações para as pessoas antes de negociar as dívidas:
1. Primeiro, entenda que será necessário repensar a vida financeira de toda a família para poder quitar a dívida; caso contrário, será apenas um paliativo.
2. Faça um diagnóstico financeiro, ou seja, saiba exatamente quais são seus ganhos e gastos mensais. Com os números em mãos, elimine despesas supérfluas ou desnecessárias.
3. Liste todas as dívidas que possui.
4. Destaque as de produtos e serviços essenciais, como energia elétrica, água e moradia, e as de maior incidência de juros, como cheque especial e cartão de crédito. Esses pagamentos devem ser prioridade.
5. Vá para a negociação apenas quando souber o quanto terá disponível mensalmente para pagar.
6. Se tiver reservas financeiras para quitar as dívidas, negocie para obter bons descontos. Se não conseguir, poupe mensalmente e use rendas extras, como o 13º salário, para voltar a negociar em breve.
“Esses passos são extremamente necessários, pois só se deve buscar a renegociação de dívidas quando tiver condições de pagar, ou seja, após conhecer suas finanças e se planejar. Um passo precipitado pode até piorar a situação”, orienta Domingos.
O educador financeiro complementa, explicando que o consumo consciente é a chave para a diminuição do endividamento e, consequentemente, da inadimplência. De nada adiantará participar desses eventos sem uma mudança de comportamento. “As pessoas precisam parar e se fazer algumas perguntas antes de sair abrindo a carteira. Isso faz parte de ser educado financeiramente”, finaliza.
Fonte: Assessoria