Por: Cantu em Foco
Planejamento é necessário para quem deseja manter ou melhorar o padrão de vida no futuro.
Pensar na aposentadoria deveria ser sinônimo de tranquilidade, descanso e satisfação. No entanto, a realidade para muitos brasileiro significa ter que trabalhar para complementar a renda e enfrentar dificuldades para conseguir uma oportunidade no mercado de trabalho formal.
Em 2022, o valor da aposentadoria paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) varia entre R$ 1.212 e R$ 7.087,22. De acordo com informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 66,7% dos beneficiários da Previdência recebem o valor mínimo, que corresponde ao atual salário mínimo.
No entanto, diante do contexto econômico de alta da inflação, em que só a cesta básica custa, em média, R$ 700 e os brasileiros ainda convivem com o encarecimento da energia elétrica, do aluguel e dos combustíveis, o Dieese calcula que o salário mínimo no país deveria ser de R$ 5.800 para que a população pudesse ter acesso aos produtos e serviços básicos.
Essa defasagem esclarece os motivos que levam muitos brasileiros a continuarem trabalhando, seja no mercado formal ou na informalidade, mesmo depois de aposentados.
Planejamento é necessário
Planejar a aposentadoria é necessário para todo trabalhador que quer assegurar ou melhorar o padrão de vida no futuro, como orienta a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). No entanto, a minoria realiza esse planejamento.
Pesquisa feita pela Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Instituto Axxus, divulgada em 2021, mostrou que 81% dos trabalhadores do país dependem exclusivamente do INSS para se aposentarem. Apenas 19% têm um plano financeiro para o futuro.
Na avaliação da Abefin, o resultado aponta a necessidade de disseminar os conhecimentos sobre educação financeira para que mais brasileiros tenham condições de poupar e começar a investir.
De acordo com a Anbima, o planejamento da aposentadoria passa pela criação de uma carteira diversificada de investimentos, considerando os aspectos dos ativos, o contexto econômico e o perfil do investidor.
Onde investir
Investir em renda fixa é uma das orientações dos especialistas da área financeira para 2022. Com a taxa básica de juros Selic a 9,5% ao ano e sob a perspectiva de aumentar para até 11,5%, os títulos público do Tesouro Direto, os certificados de depósito bancário (CDBs), as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) estão mais lucrativas.
Além da rentabilidade, a Anbima orienta avaliar a liquidez e a segurança dos investimentos. Os produtos de renda fixa são considerados menos arriscados do que a renda variável e como o contexto econômico reserva desafios – como a incerteza sobre a política até as eleições de outubro, o controle epidemiológico da Covid-19 e os impactos da economia internacional –, o momento exige cautela dos investidores.
No entanto, especialistas afirmam que não é preciso abandonar a renda variável. Quem quiser se arriscar a ter retornos financeiros mais altos pode optar por aplicar em fundos de investimentos imobiliários (FIIs) e fundos de índice (ETFs).
Há, ainda, a possibilidade de contratação de planos de previdência privada, oferecidos por bancos e seguradoras. Neste caso, é preciso avaliar as condições oferecidas, pois há exigência de valores mínimos para o aporte inicial e as aplicações mensais.