Por: NH TV
Cada vez mais, o brasileiro tomou gosto pelo “dinheiro de plástico”. É raro encontrar alguém que não tenha, pelo menos, um cartão de crédito na carteira, quando dois ou até mais. Com a pandemia do coronavírus e todas as consequências dela, principalmente na área financeira – redução ou perda total de renda pessoal ou familiar -, milhões de brasileiros viram na utilização do cartão de crédito a saída fazer compras de produtos essenciais para a sobrevivência. Não demorou muito para que muitos desses usuários passassem a enfrentar um desafio repetitivo com data marcada: o vencimento da fatura. No primeiro mês, para muitas pessoas a solução foi utilizar a possibilidade do pagamento mínimo, já previsto na própria fatura. Mas, no mês seguinte, além das compras normais, a fatura vem aumentada com o juro do crédito rotativo que, em média, está em 12% ao mês. É uma bola de neve que vai se criando.
Os elevados níveis de dívidas e até inadimplência (quando o consumidor não consegue pagar) mostram que esse tipo de facilidade está sendo usada de forma errada pelos consumidores. Daí o fato de o cartão de crédito ser o campeão nacional das dívidas dos brasileiros. Inutilizar o cartão ou colocá-lo no freezer para dificultar o uso não vai resolver o problema de quem está com fatura vencida ou até inadimplente. Reinaldo Domingos, criador da DSOP Instituição Financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), postou o vídeo Dívida do Cartão de Crédito, no canal Dinheiro à vista, no Youtube, no qual propõe cinco passos para superar dívidas com o cartão de crédito:
- Fazer a lição de casa: saber quanto ganha e quanto/em que/como gasta. A recomendação é fazer um diagnóstico da situação financeira, anotando durante 30 dias todas as despesas, mesmo não sendo pagas à vista;
- Ajustar os gastos: reduzindo, substituindo e eliminando despesas. Neste passo, é fundamental a participação de todos os familiares, o que inclui pais, sogros, irmãos e outras pessoas que participam do núcleo familiar;
- Procurar alternativas para liquidar o débito: crédito mais barato no sistema financeiro ou empréstimos com terceiros;
- Se não conseguir fontes alternativas de financiamento: é o momento de enfrentar o problema, procurando os credores para deixar claro que “devo, não nego, pago quando puder”; é claro que essa postura vai ter consequências, como a negativação do nome em algum órgão de proteção de crédito;
- Planejar estratégias para enfrentar a dívida: verificar a possibilidade de ser recolhido o automóvel ou outro bem; no caso de oferta de acordos por credores, não ter medo de propor contrapropostas que, nas negociações, tem reduzido o valor da dívida.
Além de facilitar os pagamentos, inclusive em várias parcelas – o que não deixa de ser um perigo, quando somado a outras prestações – e dispensar o uso de maior quantidade dinheiro, o cartão de crédito permite maior controle sobre os gastos e melhor gestão do orçamento, proporcionando também ganhos secundários, como programas de recompensas ou milhagens. É preciso saber que o cartão de crédito:
- é apenas uma ferramenta ou meio de pagamento;
- depende de organização e bom senso;
- requer controle rígido do orçamento.
Então, antes de usar o cartão de crédito na hora de pagar por alguma compra, é bom usar a cabeça – nisso, uma boa educação financeira pode ajudar.