Por: Dilmar da ABEFIN
“Me diga o que fazes com seu dinheiro, que te direi quem és!” Criei recentemente esse trocadilho para ajudar as pessoas a entenderem que ao falar de suas vidas financeiras estão se referindo muito mais ao ‘ser’ do que ‘ter’. A maneira como administra os recursos, especialmente o dinheiro, define e revela muito sobre as pessoas. O uso do dinheiro revela a alma!
Para comprovar o que estou dizendo, sempre faço um desafio às pessoas: “aponte minuciosamente como você tem gastado seu dinheiro e farei um diagnóstico a seu respeito, que revelará questões ao seu respeito nas mais diversas áreas da sua vida, como crenças, saúde, relacionamentos, espiritualidade, etc”.
Não é que eu seja esotérico ou praticante da vidência, muito menos faço uso de qualquer forma oculta para descobrir essas informações. O que acontece foi que percebi algo incrível. A maneira como a pessoa se relaciona com os bens e o dinheiro revela quem a pessoa é.
Muito embora muitas vezes o assunto vida financeira seja confundida como apenas uma área da vida, a questão possui reflexo significativos em todas as áreas, tendo hoje relação direta com toda a complexidade do ser humano. Poucos sabem, pois a educação financeira não é adequadamente disseminada ainda.
É importante ter em mente que a vida financeira não é traduzida em números, cálculos, orçamento, planilhas, etc, mas sim em comportamento. Assim este tema faz parte de todas as áreas da vida, sendo esse o ‘fio de ouro’ nas vidas, levando as pessoas a descobrir mais ao seu respeito.
Como pode ver, se pode usar a vida financeira para conhecer as pessoas e para o autoconhecimento. Quando pensamos em Jesus (Mestre dos Mestres), vemos que ele falou sobre dinheiro mais de 80 vezes. Em 21 de suas 49 parábolas e em cerca de 20% do seu mais famoso sermão (sermão da montanha), também tratou sobre dinheiro. E ninguém duvida que Jesus tinha uma facilidade grande de enxergar o ser humano que estava à sua frente.
Voltando ao meu trocadilho: me diga o que fazes com seu dinheiro, que te direi quem és. De forma muito breve quero mostrar como se pode saber a respeito das pessoas e de si mesmo observando como está o relacionamento com o dinheiro, ou pela “numerologia financeira”.
Começando pelo seu ganho, posso observar várias nuances sobre a competência profissional. Pois, invariavelmente melhores profissionais, são mais bem remunerados. A dedicação ao que faz o trabalho também pode ser observada em quem está remunerando. Isso nos é ensinado no provérbio 22.29 “Você já observou um homem habilidoso em seu trabalho? Será promovido ao serviço real; não trabalhará para gente obscura”. Provérbios 22:29
Quando se pensa na destinação do seu dinheiro, a primeira coisa e mais óbvia, é que a maneira como emprega o dinheiro revela as prioridades. Na bíblia esse princípio está presente no seguinte versículo, “Porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mateus 6.21).
A posição social e necessidade de ser reconhecido também pode ser conhecido pelos produtos e marcas que se consome. A saúde pode ser observada pelos alimentos (ou não) que se tem consumido, pelos itens comprados na farmácia.
Quanto a espiritualidade não é difícil verificar onde está a confiança, como anda a generosidade, e até mesmo a fé ao analisar como se distribui seus recursos. O quanto de dinheiro investe na vida das pessoas também oferece um excelente termômetro de como anda o amor ao próximo, um dos mais importantes mandamentos de Deus.
Não é difícil supor o vazio existencial das pessoas, as frustrações com a vida e com as pessoas se refletidos em seus hábitos de consumo, que geralmente são exagerados e até mesmo excêntricos. Uma vida fútil é revelada em compras fúteis.
O dinheiro como uma bela metáfora para o poder, bem como revela se você é “senhor” do dinheiro ou o dinheiro é “senhor” de sua vida. Na “numerologia financeira” também não passará despercebido como andam os casamentos, visto que nos problemas financeiros estão as razões de mais da metade dos divórcios. Inadimplências, gastos descontrolados ou até mesmo ocultos ao cônjuge, são alguns sintomas da relação conjugal doentia.
Esses são apenas alguns exemplos que quero deixar para compreender a “numerologia financeira”. Apesar de exigir um bom trabalho para se analisar, os números não escondem segredos de como é fatídico que a maneira das pessoas lidarem com o dinheiro revela quem são as pessoas em sua mais profunda essência.
Por isso, encorajo as pessoas a entender a “numerologia financeira”, de preferência para o autoconhecimento. É preciso observar com mais atenção e rigor a relação com o dinheiro, assim muitas vezes se surpreende com as descobertas feitas. Esse será um excelente exercício de educação financeira, que terá como maior benefício a transformação de vidas como um todo, trazendo equilíbrio entre o ‘ser’ e o ‘ter’.
Mas é preciso prestar atenção e não se decepcionar com o resultado que a numerologia financeira revelar, não desanimando. O criador sempre traz uma nova oportunidade de realizar os ajustes na vida e a educação financeira pode fazer isso. Como já dizia o grande evangelista Billy Graham, “Se uma pessoa adquire a atitude correta em relação ao dinheiro, isso ajudará a endireitar quase todas as outras áreas de sua vida.” Então vamos nos dedicar a educação financeira e assim trazer o equilíbrio a nosso ‘ser’ e ‘ter’.
Dilmar Lunelli – educador financeiro, especialista em Terapia Financeiro, franqueado da DSOP e membro da ABEFIN. Pastor titular da Igreja Evangélica Irmãos Menonitas de Presidente Getúlio/SC e fundador e presidente da organização Expresso Vida. Administrador da Parakaleo Assessoramento e Desenvolvimento Humano. Formado em Processos Gerencias e Teologia e pós graduado em Teologia Bíblia e Missão.