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Bancos anunciam cortes nos juros, após redução da Selic. Veja as condições

Instituições financeiras estão revisando taxas em diversas modalidades, de juros do cartão a empréstimo pessoal, incluindo linhas de crédito para pessoas jurídicas

A primeira redução na taxa básica de juros (Selic) desde agosto de 2020 — de 13,75% para 13,25% ao ano ou 0,5 ponto percentual — promoveu um efeito-cascata, e bancos passaram a anunciar cortes em suas próprias taxas. Os primeiros a praticar os novos percentuais foram a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, que reduziram a cobrança no crédito consignado do INSS (com desconto em folha).

Além dos bancos públicos, as instituições financeiras privadas informaram que estão revisando suas taxas em diversas modalidades, dos juros cobrados no cartão de crédito ao empréstimo pessoal, incluindo linhas de crédito para pessoas jurídicas. Veja abaixo as novas condições em cada banco.

Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), avalia que, embora os primeiros cortes ainda sejam tímidos, esse é o início de um movimento de ajustes e quedas nas taxas praticadas pelos bancos, começando pelos públicos.

— A continuidade da redução da Selic nas próximas reuniões (do Comitê de Política Monetária do Banco Central) poderá tornar a queda mais relevante. Se o BC continuar reduzindo as taxas básicas e os bancos também acompanharem, teremos um efeito mais consistente — explica Miguel.

De acordo com a estimativa da Anefac, vai ocorrer uma pequena queda nas principais modalidades de crédito usadas pelo consumidor brasileiro.

No cartão de crédito, ocorrerá uma redução de 2,2 percentual, indo de 427,3% (quando a Selic era de 13,75%) para 425,1% ao ano, seguido do cheque especial, que ficará em 155,8% ao ano, do empréstimo pessoal em financeiras (132,1%), dos juros do comércio (91,6%), do empréstimo pessoal em bancos (61,8%) e do crédito direto ao consumidor (28,5%).

De forma prática, com a nova taxa de juros, uma pessoa que entrar no cheque especial em mil reais por 30 dias pagaria R$ 130,70 e, com a redução, vai pagar R$ 129,80 na operação, uma diferença de apenas R$ 0,90. Aquele que comprar uma geladeira de R$ 2 mil e dividir o valor em 12 vezes teria parcelas de R$ 405,91. Agora vai pagar R$ 402, 76, uma redução de R$ 3,15.

Para Reinaldo Domingos, Presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (Abefin), o resultado do juros real é menor é impactando nas dívidas já existentes, e nos novos contratos:

— A baixa também vai impactar na realização de sonhos como o do carro novo e da casa própria, diminuindo os juros de crédito da população, como empréstimos e financiamentos, que com taxas mais altas limitam a capacidade de consumo.

Confira as novas condições nos bancos

C6

O C6 Bank reduziu as taxas para parcelamento de fatura de cartão de crédito. Já está em vigor uma nova taxa mínima a partir de 3% ao mês.. Antes, a taxa era de 5,99% ao mês. De acordo com o banco, até o fim de agosto, haverá nova redução de juros para parcelamento de fatura de cartão de crédito, a partir de 1,99% ao mês. Também haverá extensão do prazo de pagamento de faturas de cartão de crédito para até 72 meses.

Itaú Unibanco

O Itaú Unibanco informou que, após o corte da taxa básica de juros, vai repassar a redução para sua linha de crédito pessoal. A mudança é válida para a taxa máxima de empréstimo no caso de clientes pessoa física que contratarem o serviço a partir desta sexta-feira (dia 4).

Segundo o banco, as taxas variam de acordo com o perfil do cliente e de seu relacionamento com o banco. No caso do empréstimo pessoal, as condições descritas no site do banco apresentam taxas que variam de 1,25% a 9,23% ao mês.

Banco do Brasil

O Banco do Brasil, que já havia anunciado redução nas taxas para crédito consignado, informou que no crédito para a pessoa jurídica haverá reduções no desconto de títulos, capital de giro, conta garantida e em outros produtos. As reduções vão variar de acordo com o relacionamento com os clientes, e as consultas poderão ser realizadas nesta sexta-feira (dia 4) por todos os canais de atendimento.

No consignado do INSS, haverá uma redução de 1,81% para 1,77% ao mês, na faixa mínima, e de 1,95% para 1,89% ao mês, no patamar máximo.

Caixa Econômica Federal

A Caixa Econômica Federal também fará redução nos juros do empréstimo consignado para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Na Caixa, a taxa de juros do crédito vai passar de 1,74% para 1,70% ao mês, uma redução de 0,04 ponto percentual. A mudança vale para empréstimos contratados a partir desta quinta-feira (dia 3).

O Bradesco e o banco Inter informaram que ainda estão avaliando internamente as condições. O Santander não respondeu.

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