O conceito de educação financeira foi atualizado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) fez uma atualização significativa em seu conceito de educação financeira, que agora enfatiza a importância do comportamento na gestão financeira, além do conhecimento e das habilidades técnicas.
Essa mudança de visão é uma resposta às demandas globais por uma educação financeira mais abrangente, voltada para a formação integral do indivíduo, e reflete uma tendência crescente de considerar o comportamento humano como um elemento crucial na tomada de decisões financeiras.
A OCDE revogou o conceito anterior de educação financeira, que se concentrava essencialmente na compreensão de conceitos e produtos financeiros. O novo conceito reconhece a educação financeira como uma combinação de consciência financeira, conhecimento, habilidades, atitudes e comportamentos necessários para tomar decisões financeiras acertadas. O objetivo é promover o bem-estar financeiro individual, destacando que, além de entender produtos financeiros, é fundamental que os indivíduos desenvolvam uma mentalidade saudável e sustentável em relação ao dinheiro.
Essa atualização demonstra um amadurecimento na compreensão de que o simples aprendizado sobre finanças não é suficiente para alcançar a verdadeira prosperidade. O comportamento das pessoas em relação ao dinheiro e a maneira como elas tomam decisões financeiras, muitas vezes influenciadas por fatores emocionais e psicológicos, são igualmente determinantes para a construção de um futuro financeiramente saudável.
A visão da ABEFIN e a conexão com o novo conceito da OCDE
A mudança no conceito de educação financeira da OCDE se alinha perfeitamente com os princípios defendidos pela Abefin (Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira). A Abefin, que sempre teve como base a metodologia científica e comportamental para a promoção da educação financeira, reconhece que a transformação no comportamento das pessoas é essencial para que elas alcancem a autonomia financeira.
Como presidente da Abefin e mentor da educação financeira no Brasil, reforço que a educação financeira deve ser tratada como uma ciência humana. Em minhas teses acadêmicas, desenvolvi um conceito mais profundo de educação financeira, que vai além de ensinar a calcular orçamentos ou aplicar fórmulas de matemática financeira. O objetivo da educação financeira é promover a autonomia financeira através de uma metodologia baseada no comportamento, focada na construção de um modelo mental que favoreça a sustentabilidade financeira, a criação de hábitos saudáveis e o equilíbrio entre o Ser, o Fazer, o Ter e o Manter.
A educação financeira: mais do que cálculos, uma transformação pessoal
Ao contrário da visão tradicional que associa a educação financeira a cálculos complexos e planilhas de controle, a nova abordagem sugere que o foco deve ser a mudança no comportamento e nas atitudes dos indivíduos. A educação financeira, quando aplicada de forma comportamental, ensina as pessoas a desenvolverem uma relação saudável com o dinheiro e a tomarem decisões financeiras conscientes, levando em consideração seus objetivos de vida, necessidades e sonhos.
Para que isso seja possível, a formação e os cursos de graduação e pós-graduação em educação financeira precisam ser fundamentados em metodologias cientificamente comprovadas. Isso garante que os profissionais da área possam orientar adequadamente os cidadãos, ajudando-os a transformar sua maneira de pensar e agir em relação às finanças. A ABEFIN, com sua sólida base acadêmica e compromisso com o ensino de uma educação financeira integral, tem sido um grande defensor da regulamentação da profissão de educador financeiro, visando assegurar a qualidade e a eficácia desse trabalho essencial.
A realidade financeira do Brasil e do mundo mostra que, apesar dos esforços em promover a educação financeira, muitos cidadãos ainda enfrentam sérios desafios em gerenciar suas finanças de maneira saudável. Estudos apontam que uma grande parte da população ainda carece de uma educação financeira que não apenas forneça informações sobre produtos financeiros, mas que também promova uma verdadeira transformação na maneira de pensar e agir em relação ao dinheiro.
Essa lacuna é preocupante, pois, sem uma abordagem que considere o comportamento financeiro e as atitudes dos indivíduos, os esforços educativos podem se mostrar ineficazes. Por isso, a mudança de visão da OCDE, que agora coloca o comportamento como central no processo de educação financeira, é extremamente relevante. Ela fortalece a ideia de que a educação financeira não deve ser apenas técnica, mas também comportamental, visando à construção de um futuro financeiro mais seguro e sustentável para todos.
O papel da ABEFIN no desenvolvimento de uma educação financeira transformadora
A ABEFIN, por meio de suas atividades e programas, tem se dedicado a disseminar uma educação financeira que não se limita ao ensino de conceitos financeiros, mas que também trabalha o comportamento dos indivíduos. Essa abordagem é fundamental para criar uma mudança real e duradoura no comportamento financeiro da população. A associação acredita que o trabalho dos educadores financeiros vai além da simples transmissão de conteúdo técnico; trata-se de formar cidadãos conscientes, capazes de tomar decisões financeiras que favoreçam seu bem-estar a longo prazo.
Com a atualização da OCDE, que agora reconhece o comportamento como um fator central na educação financeira, a ABEFIN está ainda mais alinhada com as tendências globais e com o futuro da educação financeira no Brasil. A mudança de visão reforça o compromisso da associação em trabalhar pela formação de educadores financeiros qualificados e pela regulamentação da profissão, contribuindo para um Brasil mais educado financeiramente e, consequentemente, mais próspero.
A recente atualização da OCDE sobre educação financeira é um marco importante, pois reconhece a relevância do comportamento na gestão financeira pessoal. A ABEFIN, com sua visão científica e comportamental, já está há anos trabalhando nesse sentido, acreditando que a verdadeira mudança no cenário financeiro passa pela transformação das atitudes e comportamentos dos indivíduos. Essa abordagem, mais alinhada com as necessidades da sociedade contemporânea, traz esperança para a construção de um futuro mais próspero e sustentável para todos.
Fonte: Assessoria