Ao adentrar o mercado de trabalho, o aspirante, seja pelo programa de aprendizagem, estágio ou uma posição de efetivo, certamente receberá uma remuneração por seus feitos. Contudo, principalmente para os iniciantes, administrar a vida financeira é um novo desafio. Por isso, o cuidado com os gastos deve ser um conhecimento buscado junto ao lucro, pois a falta de responsabilidade sobre o montante pode gerar consequências negativas e afetar o desempenho corporativo. Então veja, nesta matéria, como as entidades podem auxiliar nesse processo de organização.
A educação financeira não é um conhecimento presente entre os cidadãos Brasileiros
Os dados da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), realizada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), mostram o panorama de endividamento no território. Segundo a instituição, após atingir recorde em 2021, a dívida das famílias brasileiras chegou a 78,5% em junho de 2023.
Conforme outra análise feita pela Leve, fintech de educação financeira, mais da metade dos indivíduos (52%), no Brasil, não sabem como se organizar para realizar um planejamento monetário nos próximos anos. Além disso, 43% da amostra entrevistada não se sente segura para estabelecer metas financeiras de longo prazo. Esse cenário é resultado da falta de conhecimento sobre as funcionalidades do dinheiro e como ele tem uma função além de apenas pagar as contas.
Apesar da ausência da educação financeira, uma parcela da população mantém cuidado com os seus ganhos monetários
Nessa linha de análise, o próprio Núcleo Brasileiro de Estágios – Nube, fez um levantamento questionando se o público possuia controle sobre os seus gastos. Com cerca de 30 mil respondentes, a maioria (54%) declarou ter, pois faziam as contas para saber quanto detinham e só gastavam se houvesse o valor para isso. Já outra parte (24%), tinha essa preocupação metrificada, pois se organizava por meio de planilhas. Ao contrário dessas porcentagens, 19% continham uma certa preocupação com o controle, mas de vez em quando, acabavam deslizando. Por fim, apenas 2,55% não tinham nenhuma cautela, sempre ficavam no vermelho.
Quem guarda uma parte da sua remuneração, qual é o objetivo?
O agente de integração também ponderou essa atividade entre os visitantes do seu site! A partir do questionamento: “O que você faz com o seu dinheiro?“, a maioria dos participantes revela ter o costume de guardá-lo. Com 10.980 participantes, 37,99% disse fazer aplicações para obter segurança no futuro, nessa mesma linha 33,03% poupa uma pequena parte, mas alegam durar pouco, já 22,64% pagam as dívidas, porém elas não acabam, por fim, apenas 5,86% conseguem gastar tudo.
A falta de planejamento financeiro trás consequências negativas para a rotina pessoal e corporativa
De acordo com um estudo on-line realizado com mais de dois mil e trezentas pessoas pela Provu, 93,8% dos indivíduos já ficaram nervosos por conta de problemas monetários. Além disso, mais da metade dos entrevistados (59,8%) afirmam ter tido algum problema de saúde devido a essa preocupação.
Já para o lado empresarial, a Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), divulgou uma pesquisa sobre a saúde financeira dos trabalhadores brasileiros. Os números revelam como apenas 16% dos colaboradores ouvidos são capacitados financeiramente, ou seja, conseguem pagar suas contas com a remuneração mensal e planejam seus gastos com antecedência. Por outro lado, 84% dos entrevistados enfrentam dificuldades para lidar com o dinheiro, sofrem prejuízos ou não entendem de finanças. Nesse cenário, o resultado é claro, quanto maiores os débitos forem, menor será o rendimento dos funcionários. Dentre os problemas gerados pela falta de recursos estão:
- Queda no rendimento do seu trabalho e resultados;
- Abalo no ambiente laboral interno e suas relações com os colegas da empresa;
- Aumento nos índices de absenteísmo e presenteísmo, por causa de interesse e até doenças depressivas causadas por essa instabilidade econômica;
- Eleva o turnover na companhia, impactando nos custos com demissões e outros como treinamentos realizados, operacionais de contratação, etc.
Em um cenário de dificuldade, o suporte da empresa pode ir além da remuneração por seus talentos
Para começar, uma remuneração compatível com o custo de vida no local da entidade e com as tarefas a serem realizadas no dia a dia, é uma ação inegociável. Apesar disso, a experiência do colaborador, hoje, se apresenta como uma tendência cada vez mais necessária. Logo, quem oferece demais benefícios, especialmente para auxiliar com dificuldades, como a numerária, se destaca como marca empregadora. Nesse sentido, Fabiana Galetol, Diretora Executiva de Pessoas da Sodexo Benefícios e Incentivos, apresenta três estratégias para a área de Recursos Humanos aprimorar a jornada do contratado. Confira:
Programas de apoio emocional: oferecer como alternativa à terapia ou sessões com psicólogos e psiquiatras são essenciais e, em muitos casos, criam uma verdadeira rede de apoio para o funcionário. Assim, ele sabe onde procurar ajuda sempre quando for necessário. Além disso, outras iniciativas importantes incluem pesquisas periódicas de clima para avaliar a percepção do time sobre esse aspecto e também uma escuta ativa, com a disponibilização de canais para os colaboradores contarem suas questões, sejam profissionais ou pessoais.
Apoio para a organização financeira: consultores especializados podem ajudá-los a planejar as finanças particulares, reorganizar contas, indicar caminhos para a quitação de dívidas, orientar sobre a criação de reservas para emergências e pensar, ainda, no futuro. Além de especialistas, materiais didáticos, como textos, vídeos e também bons complementos podem fazer a diferença.
Suporte jurídico: em diferentes situações precisamos contar com o respaldo jurídico na hora de tomar decisões – seja quando a vida financeira sai dos eixos ou é necessária uma orientação civil, tributária, previdenciária, imobiliária ou até mesmo penal. Assim, ter acesso a esse recurso por meio de programas oferecidos pela empregadora é um diferencial importante.