Estudar, morar em outra cidade, fazer um intercâmbio, comprar um carro. Diferentes planos podem fazer parte da vida de um jovem, mas todos eles têm uma coisa em comum: custam dinheiro. Pensando nisso, cada vez mais pais e mães têm buscado alternativas para assegurar o futuro dos filhos.
Se antes a caderneta de poupança era a principal aliada para guardar dinheiro, hoje as opções são mais diversificadas. O número de investidores da Bolsa de Valores (B3) com menos de 18 anos quase triplicou nos últimos dois anos, ultrapassando mais de 30 mil contas. Todas elas foram abertas pelos responsáveis legais dos jovens investidores.
A preocupação com as finanças necessárias para o futuro dos filhos não vem de agora. Em 2017, uma pesquisa realizada pela empresa Boa Vista SCPC mostrou o crescimento de quase 20% do total de pais e mães que poupavam para os filhos.
Naquele ano, as principais opções para guardar dinheiro e fazê-lo render eram a caderneta de poupança, a previdência privada, os títulos de capitalização, a Bolsa de Valores e os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs).
Como fazer o dinheiro render
Com as mudanças no cenário econômico, algumas aplicações tornam-se mais ou menos atrativas. Portanto, a orientação de especialistas em finanças é estar atento às variações da economia.
Com a alta da taxa básica de juros Selic — fixada em 13,75% ao ano durante reunião do Comitê de Política Monetário (Copom), em agosto —, a caderneta de poupança tem rendido 0,5% ao mês. Porém, ela não é considerada a melhor opção no momento. Outras aplicações podem ser mais rentáveis.
Tesouro Direto
A Selic em alta favorece os investimentos em renda fixa, como os títulos públicos do Tesouro Direto.
Na avaliação da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), eles são alternativas para os pequenos investidores que querem sair da caderneta de poupança, já que contam com valores acessíveis e são considerados seguros.
O Tesouro Selic e o Tesouro IPCA+ são as opções mais recomendadas no momento.
CDB
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é outro investimento em renda fixa. A remuneração é atrelada à taxa CDI que, na prática, mantém valores muito próximos à Selic. Por isso, é recomendado no momento.
Os CDBs também são considerados seguros, pois têm a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). No entanto, exigem um aporte inicial um pouco mais alto em comparação com o Tesouro Direto.
As opções mais recomendadas são aquelas que remuneram 100% ou mais do CDI.
FIIs
Segundo a Abefin, os fundos de investimento imobiliário (FIIs) são a porta de entrada para quem quer ingressar na bolsa de valores. A análise é justificada pela segurança desse tipo de investimento quando comparado às outras opções em renda variável, como ações e criptomoedas, que são mais voláteis.
Os FIIs são uma forma acessível de investir em imóveis, uma vez que o investidor não adquire o bem em sua totalidade, mas uma participação nos lucros por meio da compra de cotas.
É possível investir em unidades prontas, como shoppings, edifícios comerciais e galpões logísticos. Esse tipo de FII é chamado “fundo de tijolo”, e na B3 há opções como o HGBS11, o MAXR11 e ARCT11.
Também há a possibilidade de financiar projetos do setor imobiliário e, assim, investir nos chamados “fundos de papel”. Nessa categoria, estão listados na B3 o FLCR11, o GCRI11 e o PLCR11.
A orientação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) é buscar informações no site da B3 e com a gestão dos fundos antes de escolher em qual ou quais investir.
ETFs
Ao lado dos FIIs, os fundos de índice (ETFs) também são considerados opções seguras oferecidas pela Bolsa.
O investimento reúne diferentes ativos atrelados a um índice de referência. Por ter uma composição diversificada, permite maior equilíbrio entre perdas e ganhos.
Os preços dos ETFs variam e são recomendados para todos os tipos de investidores. A Anbima também aconselha buscar informações sobre o fundo para fazer uma escolha mais precisa.