A Associação Brasileira dos Profissionais de Educação Financeira (ABEFIN) e seu presidente, Reinaldo Domingos, foram destaques em uma reportagem especial publicada pelo InfoMoney, um dos principais veículos de economia do país. A matéria traz uma análise detalhada sobre o crescimento expressivo do crédito consignado para trabalhadores CLT e utiliza como base os dados da pesquisa realizada pela ABEFIN em parceria com o Instituto Axxus, que revelou importantes fragilidades na forma como os brasileiros estão tomando esse tipo de empréstimo.
A reportagem completa pode ser acessada neste link:
👉 https://www.infomoney.com.br/economia/consignado-clt-quase-triplica-em-7-meses-e-juro-medio-chega-perto-de-60-ao-ano/
Crescimento acelerado e juros em alta acendem alerta
Segundo o InfoMoney, o programa Crédito ao Trabalhador impulsionou de forma inédita o volume de concessões de consignado no setor privado. Entre março e setembro, as operações saltaram de 2.250 para 6.399, praticamente triplicando em apenas sete meses.
Ao mesmo tempo, os juros médios anuais subiram de 44% para 58,4%, podendo ultrapassar 180% em alguns bancos — um cenário que demonstra que, mesmo sendo mais barato que o crédito pessoal tradicional, o consignado CLT ainda apresenta riscos significativos para quem não faz um planejamento adequado.
Pesquisa ABEFIN + Instituto Axxus revela desconhecimento generalizado
A pesquisa citada na reportagem, conduzida pela ABEFIN e pelo Instituto Axxus, analisou um conjunto de 22 mil contratos e entrevistou 800 pessoas, entre tomadores e não tomadores do consignado. O levantamento identificou pontos críticos, mostrando que muitos trabalhadores estão contratando crédito sem ter clareza sobre suas consequências:
- 69% não calcularam o impacto da parcela no orçamento mensal;
- 83% não sabiam o valor real dos juros cobrados;
- 47% desconheciam que o FGTS seria usado como garantia direta do empréstimo;
Muitos acreditavam que poderiam renegociar a dívida — o que não é possível, já que o consignado não se enquadra nas regras da Lei do Superendividamento.
Esses dados demonstram que a facilidade de contratação não vem acompanhada do nível necessário de informação para que o trabalhador tome decisões conscientes.
Reinaldo Domingos: crédito pode ajudar, mas exige orientação financeira
Na reportagem, Reinaldo Domingos avalia que o modelo atual do consignado CLT é “uma dádiva e um problema”. Por um lado, oferece juros mais baixos que modalidades como cartão de crédito ou cheque especial. Por outro, pode comprometer duramente o salário do trabalhador, especialmente quando o desconto chega ao limite de 35% permitido por lei.
Domingos também destaca que a utilização do FGTS como garantia representa um risco adicional, já que o fundo deveria funcionar como uma reserva de segurança para momentos de fragilidade, e não como fonte indireta de pagamento de dívidas.
“Estamos quase em um colapso da situação financeira do brasileiro”, afirma o presidente da ABEFIN. “A facilidade do crédito não vem acompanhada de educação financeira — e isso aprofunda o endividamento no país.”
Consignado não é renda: é antecipação do salário
A reportagem reforça um ponto fundamental para a educação financeira do trabalhador: o consignado não aumenta a renda — apenas antecipa parte do salário futuro.
Ao comprometer uma parcela fixa por vários meses — o prazo médio chega a quase 3 anos — o trabalhador reduz significativamente sua capacidade de arcar com outras despesas essenciais, aumentando o risco de inadimplência em outras áreas.
ABEFIN reforça a importância da educação financeira na tomada de crédito
O destaque no InfoMoney evidencia o papel da ABEFIN como referência nacional na discussão sobre comportamento financeiro, endividamento e crédito responsável. A entidade segue atuando para ampliar a conscientização dos brasileiros e para apoiar profissionais e empresas na adoção de práticas mais sustentáveis de gestão financeira pessoal.
Fonte: Assessoria de Imprensa







