Por: Folha Uol
A Folha realiza, no dia 28 de abril, a segunda edição do seminário Escola do Futuro, que contará com duas mesas, das 18h às 20h. O evento será transmitido ao vivo nesta mesma página. Na primeira mesa, que começa às 18h, o tema é educação financeira. Especialistas discutirão a melhor forma de implementar o assunto nas escolas.
Na opinião de Rogiene Santos, professora da área de finanças da FGV e uma das convidadas da mesa, a regra básica para lidar com o dinheiro é gastar menos do que ganha. Doutora pela USP, ela diz que não teria saído da periferia de Salvador para morar em Ribeirão Preto se não tivesse desenvolvido boas habilidades para poupar suas economias.
Folha realiza seminário sobre habilidades socioemocionais e educação financeira – Karime Xavier / Folhapress “Quando você sabe lidar com o dinheiro, você tem mais liberdade e consegue decidir o que quer fazer. Você não se sente mais refém.
Se você não consegue escolher, você não está sendo um ser humano na sua plenitude.” Nathalia Rodrigues, que é mais conhecida nas redes sociais pelo apelido de Nath Finanças, afirmou, numa entrevista para a Folha, que economistas e a imprensa falam para a própria bolha, numa linguagem que chama de “economiquês”.
“A intenção é que o pobre continue ignorante e se endividando, sem questionar o sistema”, diz a influencer e administradora, que também participará do painel.
Existem, hoje, iniciativas que pretendem ensinar, de uma maneira simples, a crianças e adultos como economizar o dinheiro e alcançar a sustentabilidade financeira. Esse é tema de diversos livros escritos por Reinaldo Domingos, presidente da Abefin (Associação Brasileira de Profissionais da Educação), dos quais alguns são dirigidos ao público infantojuvenil. É na mesma linha que a professora Wendy Haddad Carraro desenvolve projetos de extensão na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) voltados a ajudar a sociedade a lidar com o dinheiro.
No Programa Educação Financeira para Todos e para Toda a Vida, ela dá dicas de como organizar e poupar economias. Vencedora do Prêmio Educação Financeira Transforma da XP, ela já organizou uma olimpíada de educação financeira para estudantes do ensino básico gaúcho. Domingos e Carraro também farão parte da primeira mesa.
Logo após, um outro debate abordará habilidades socioemocionais e envolvimento familiar no aprendizado dos estudantes e como isso pode ser usado como uma forma de combater a evasão escolar. Janine Rodrigues, participante da segunda mesa e fundadora da Piraporiando, negócio de impacto social que oferece vivências, diagnóstico e monitoramento dos ambientes educacionais, afirma que hoje há mais consciência de quais são os problemas a serem enfrentados nas escolas e como caminhar para possíveis soluções.
No entanto, descreve como problemática a falta de diversidade dos espaços de poder e saber. “Não nos falta riqueza, comida, educação. Falta distribuição de riqueza, de comida, de uma educação diversa, que tenha valor em seu território, que seja difundida em outros e que ensine e aprenda de maneira circular para promover equidade.” Telma Vinha, pedagoga e professora da Faculdade de Educação da Unicamp, afirma que é preciso fazer mais do que projetos pontuais para trabalhar as competências socioemocionais.
“Não é só falar sobre isso, é passar por situações que estimulam a empatia”, diz. É o que reforça Tereza Perez, diretora-presidente da Comunidade Educativa Cedac —uma OSS (Organização da Sociedade Civil) que produz e implementa estratégias para melhorar práticas educativas nas escolas públicas do país— que acredita que o foco do trabalho das equipes educacionais precisa estar nas atitudes do aluno, não no comportamento. Para isso, é preciso que haja uma boa convivência.
“Se eu tenho uma escola com um ambiente altamente favorável à aprendizagem, com uma gestão democrática, que dialoga e conversa, certamente estou trabalhando positivamente as emoções de todo mundo.” Além de Vinha e Perez, outra participante será Aldrey Ferreira, gerente pedagógica do grupo Conquista, solução educacional que atende da educação infantil ao ensino médio. O webinário tem patrocínio da Conquista. O público poderá participar enviando perguntas e comentários por WhatsApp, no número (11) 99648-3478.
A mediação é de Paulo Saldaña, fundador e diretor da Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação) e repórter da Folha. Confira a programação:
Mesa 1: Educação financeira em um Brasil endividado
Horário: 18h
Participantes: Nath Finanças, influencer e administradora, Reinaldo Domingos, presidente da DSOP, escola de educação financeira que atua no ensino básico e superior, Wendy Haddad Carraro, professora de Ciências Contábeis na UFRGS e coordenadora do Projeto Educação Financeira em tempos de Covid-19, e Rogiene Santos, professora e pós-doutoranda na linha de finanças na FGV-Eaesp.
Mesa 2: Habilidades socioemocionais e envolvimento da família
Horário: 19h
Participantes: Telma Pileggi Vinha, professora do departamento de psicologia educacional da Unicamp, Janine Rodrigues, educadora e fundadora da Piraporiando, startup de educação inclusiva com enfoque em diversidade, Tereza Perez, diretora-presidente da Comunidade Educativa Cedac, ONG que atua com promoção de melhores práticas de educação na rede pública, e Aldrey Freitas, gerente pedagógica da Conquista.